Presidenciais 2016

Promover Portugal no estrangeiro, mas cada um paga as despesas

Miguel A. Lopes / Lusa

Se for eleita presidente da República, Maria de Belém pode vir a alterar a forma como são financiadas as comitivas de empresários que acompanham a Presidência em viagens ao estrangeiro.

A candidata quer continuar a apostar no bom nome de Portugal lá fora e considera que deve continuar-se a levar ao estrangeiro o que de melhor se faz cá dentro, mas admite uma alteração no modelo das comitivas empresariais para não pesar no erário público.

Numa visita à cerâmica Valadares, em Gaia, que considerou um "caso de sucesso", Maria de Belém reforçou o papel que o/a presidente da República deve ter nas exportações, sobretudo em empresa como o caso desta que se trata de "um nome é tão antigo e tão português". E é por isso um exemplo a seguir, quis reforçar Maria de Belém.

A empresa foi recuperada por um grupo de trabalhadores, primeiro posicionou-se de novo no mercado nacional, agora foca-se na exportação, sendo que 50% do que produz já é para vender no estrangeiro.

"É nos mercados internacionais onde se joga e onde vencem os melhores, sobretudo onde é difícil manter um estatuto e uma referência por muitos anos", conta Henrique Barros, diretor geral, à candidata.

E as exportações vão receber a atenção de Maria de Belém, se for presidente da República. Quer continuar a promover Portugal lá fora levando consigo os empresários, mas tudo indica que haverá alterações na forma como tem sido feito até agora. "Agora, a presidente da República pode fazer essas viagens e acontecer o que eu fazia no ministério da Saúde, ou seja, quem me acompanhava pagava as suas despesas. Pode ser um modelo dessa natureza", sugere.

A candidata justifica a alteração do modelo atual com o facto de uma "viagem dessas poder entrar nos custos das empresas e não do erário público", para que assim se possa "conseguir os objetivos sem pressão nas despesas públicas".

Ainda na Valadares, Maria de Belém elogiou a média etária elevada dos trabalhadores, que ronda os 45 anos. A empresa de Gaia do setor da cerâmica já empregou 400 pessoas, abriu falência e foi recuperada por um grupo de trabalhadores. No total são hoje 75 funcionários. Tem 94 anos e para Maria de Belém merece a sua visita porque "faz parte da paisagem nacional".