Sociedade

Primeiro impacto da greve da função pública na Saúde

Artur Machado/Global Imagens

É a primeira greve contra o executivo de António Costa. Os trabalhadores exigem a reposição imediata do horário semanal de 35 horas. Já se sentem efeitos deste protesto.

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a greve registou uma adesão de 77% no turno da noite. Guadalupe Simões, da direção do Sindicato, diz que esta é uma prova de que "os enfermeiros consideram prioritário que o horário das 35 horas se aplique a todos os profissionais independentemente do vínculo".

A sindicalista lembra que "apesar dos quatro partidos já terem apresentado propostas que estão neste momento na Assembleia da República, a verdade é que não se sabe quando é que essa lei entrará em vigor". Por outro, explica Guadalupe Simões, "também não se sabe se se vai aplicar aos enfermeiros com contrato individual de trabalho".

O Parlamento aprovou na generalidade os projetos de lei do PCP, "Os Verdes", Bloco de Esquerda e PS para a reposição das 35 horas semanais na função pública, mas os sindicatos não ficaram convencidos, porque temem que a medida só entre em vigor no último trimestre do ano.

A principal diferença entre os quatro projetos de lei, que estão em discussão na comissão da especialidade, está no prazo de entrada em vigor da lei. O PS remete a aplicação da medida para 1 de julho, enquanto os outros três partidos querem a sua aplicação o mais rápido possível.

Esta greve na função pública é a primeira a confrontar o Governo Costa. A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FESAP) distanciou-se deste protesto convocado pela CGTP contra o atraso na reposição das 35 horas.