A Aliança Atlântica chegou a acordo para uma intervenção que tente travar a entrada de refugiados e acabar com o tráfico de seres humanos no Mar Egeu. Anúncio forma do secretário-geral após a reunião dos aliados em Bruxelas.
Jens Stoltenberg anunciou que a NATO vai deslocar navios-patrulha para o Mar Egeu, para travar o contrabando de pessoas entre a Turquia e a Grécia. E fez questão de sublinhar que não se trata de "mandar para trás os barcos que transportam refugiados".
O secretário-geral da Aliança Atlântica mostrou-se confiante que a organização vai contribuir decisivamente para a recolha de informação e vigilância para conter o tráfico de seres humanos".
Ao mesmo tempo, Stoltenberg frisou que se trata de ajudar da Grécia e a Turquia a "gerir uma tragédia humana da melhor forma possível até agora".
A missão será comandada pela Alemanha, em colaboração com as guardas-costeiras da Grécia e da Turquia. Só desde o início deste ano, já chegaram à Grécia, via Mar Egeu, quase 75 mil pessoas, diz a agência da ONU para os Refugiados.
Dois supostos elementos de redes de tráfico humano estão a ser julgados na Turquia, por suspeitas de ligação à morte de Aylan Kurdi, a criança de três anos encontrada morta no verão de 2015, numa praia turca, e de outras quatro pessoas.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, 409 pessoas morreram até agora, na tentativa de chegar à Europa através do Mar Mediterrâneo.
Travar "um negócio aterrador", diz ministro da Defesa
Azeredo Lopes representou Portugal na reunião da NATO. Entrevistado pela TSF, o ministro da Defesa considera que a missão da Nato vai permitir avaliar melhor a passagem da Turquia para a Grécia, de milhares de pessoas que fogem aos conflitos, nomeadamente, à guerra na Síria.
O objetivo é "controlar melhor e, se preciso, dissuadir o tráfico de seres pessoas, um dos piores flagelos que se tem verificado na região, um negócio aterrador".
Com a decisão agora tomada, a Nato envolve-se "na salvaguarda de valores fundamentais", ajudando a resolver a "catástrofe humanitária" que significa o movimento de "milhões de pessoas à procura de um porto de abrigo".
O ministro português salienta ainda a tentativa de travar as redes "criminosas" de tráfico de pessoas, que "alimentam a violência nos locais de onde essas pessoas fogem".