Em entrevista ao DN e à TSF, o ministro da Segurança Social considera ainda que o aumento "depende sempre da conjuntura".
"Eu acho que a generalidade das empresas tem condições, não quer dizer que não haja problemas nalguns segmentos, mas tem-nas basicamente porque também elas tiveram de sofrer um processo de adaptação", diz Vieira da Silva quando questionado se as empresas não vão ter dificuldades em suportar o aumento do salário mínimo.
"Hoje, para muitas empresas é mais fácil, o que pode parecer um pouco um paradoxo, mas é mais fácil suportar nos seus custos um acréscimo maior a nível salarial porque elas ganharam capacidade competitiva noutras áreas. É mais fácil do que era há cinco ou seis anos".
O ministro da Segurança Social e os parceiros sociais vão acompanhar os desenvolvimentos do mercado de trabalho a cada três meses para "verificar se esta evolução está a causar algum problema ou se está a ser assumida e absorvida pela economia com naturalidade". E reconhece que a conjuntura económica "nunca pode ser indiferente" para o objetivo de aumentar o salário mínimo até 2019.
O Governo pretende que o salário mínimo atinja os 600 euros em 2019. No âmbito das negociações em concertação social, já tinha ficado acordado que será discutida uma atualização de médio prazo, tendo em conta a evolução da produtividade, a competitividade, a inflação, as necessidades dos trabalhadores e a situação do emprego.
Governo não pretende grande reforma na Segurança Social
Vieira da Silva garante que não tem como missão fazer uma grande reforma da Segurança Social. O ministro diz que "seria desadequado", porque "a economia portuguesa e a sociedade portuguesa precisam de estabilizar, precisam de que não se esteja permanentemente a mudar todas as regras".
"Eu prefiro pensar na Segurança Social como uma área em que é preciso uma gestão reformista, muito mais do que grandes momentos, grandes acontecimentos de reforma", esclarece Vieira da Silva.