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Acordo à vista: PSOE aceita as condições do Ciudadanos

Juanjo Martin/EPA

Pedro Sánchez, líder dos socialistas espanhóis, anunciou que, analisada a proposta do partido liderado por Albert Rivera "haverá acordo". O acordo ainda não é garantia de um governo socialista em Espanha. O Podemos promete votar contra.

É um impasse que parece ter os dias, talvez mesmo as horas, contados. O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, confirmou, em conferência de imprensa, que vai aceitar as exigências feitas pelo Ciudadanos, e que vai ser formalizado um acordo de "legislatura" entre os dois partidos.

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"Estamos à porta de um pacto entre dois forças políticas relevantes, do centro-direita (Ciudadanos) e do centro-esquerda (PSOE), e será uma boa base para liderar uma política de mudança", considerou o secretário-geral do PSOE no Congresso dos Deputados em Madrid.

Uma vez que no decorrer da conferência de imprensa Sánchez apenas aceitou duas perguntas dos jornalistas, o líder socialista acabou por especificar já à saída que se trata de um "acordo de legislatura" e não apenas um acordo que lhe permita ter os 40 votos "Sim" do Ciudadanos para a votação de investidura do presidente do Governo, agora marcada para 03 de março.

O acordo com o Ciudadanos ainda não é garantia que em Espanha haverá um novo Governo. Como o PSOE apenas elegeu 90 deputados, um eventual acordo de governo com o Ciudadanos requer ainda o "Sim" ou a abstenção do Podemos (64 deputados) ou do PP (123 assentos) para passar numa segunda votação, que já só exige maioria simples (na primeira é preciso maioria absoluta, ou seja 176 votos a favor).

Podemos clarifica que votará "Não" se Sánchez fizer acordo com Ciudadanos

O líder do Podemos, Pablo Iglesias, clarificou entretanto que votará contra a investidura do socialista Pedro Sánchez caso este chegue a um acordo com o Ciudadanos (centro-direita), insistindo que o PSOE só chegará ao Governo com o apoio da esquerda.

Para Iglesias,"o PSOE e o Ciudadanos podem negociar o que quiserem", que tal "não passa de castelos no ar" ou "fogo-de-artifício", já que os socialistas têm 90 deputados e o Ciudadanos outros 40. Ou seja, de acordo com Iglesias, a soma de 130 deputados "não chega para a investidura" e muito menos "para formar um Governo".

O líder do Podemos (65 deputados), que propôs ao PSOE um governo de coligação juntamente com a Izquierda Unida (comunistas) e o apoio de outras forças, deixou assim claro que votará "Não" e exortou Sánchez a não contar com a sua hipotética abstenção.

Exigências do Ciudadanos

Esta manhã, Albert Rivera, o líder do Ciudadanos, tinha apresentado as condições do partido para fechar um acordo, e que passam por uma reforma constitucional que seja implementada nos primeiros três meses de legislatura.

Sánchez anunciou algumas horas depois que "se são estas as condições, que ninguém duvide que haverá acordo." O líder do PSOE anunciou igualmente que tentará estender o acordo a outras forças partidárias, nomeadamente o Podemos.