O poeta, cronista e comentador integra a equipa do novo Presidente da República. Pedro Mexia vai ser consultor cultural de Marcelo Rebelo de Sousa. À TSF garante que o novo cargo não o vai condicionar.
Há poucos meses tinha dito numa entrevista ao jornal i que a política partidária estava fora de questão, mas um cargo público não. Entretanto surgiu o convite para ser consultor cultural do Presidente da República. Aconteceu inesperadamente. Não tinha contacto de proximidade com Marcelo Rebelo de Sousa.
O facto de o novo Presidente ser um homem da Cultura foi decisivo para aceitar o cargo. Pedro Mexia reconhece que "tem que haver uma qualquer espécie de proximidade política para se trabalhar com um político", mas diz que não é isso o fundamental.
"Do ponto de vista pessoal, para mim é mais importante perceber que, no caso do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, a Cultura lhe é natural, que é uma pessoa que tem interesses culturais, hábitos culturais e a quem esse universo não é estranho e que não o vai usar como um penacho, como muitas vezes a classe política faz", diz, em entrevista à TSF.
Sobre o papel que o novo Presidente da República terá nesta área, Pedro Mexia é perentório: a Presidência "não é um Ministério Sombra da Cultura". O poeta e comentador lembra que "não cabe ao Presidente apoiar as artes no sentido de as financiar, mas cabe ao Presidente chamar a atenção, mostrar o que existe, estar atento, estar recetivo, mostrar às pessoas aquilo que existe".
Entrevistado pela jornalista Teresa Dias Mendes, Pedro Mexia esclarece que não vê conflitos de interesse entre as funções que vai desempenhar enquanto consultor cultural do Presidente da República e aquelas que já desempenha no espaço público. Especialmente, no Governo Sombra, da TSF, onde o comentário pode ser mais corrosivo.
"Não me preocupa aquilo que eu possa dizer sobre Donald Trump e que as pessoas digam que é o assessor do Presidente da República a pronunciar-se sobre essa matéria", explica Mexia, "é evidente que há um tema que se tornou melindroso para mim que é o tema 'Presidente da República'" mas, apesar disso, declara: "Não me sinto condicionado".