Sociedade

Portugal envia 40 peritos do SEF para Grécia. Sindicato preocupado

Carlos Manuel Martins / Global Imagens

O envio ainda não tem data marcada e decorre no âmbito do acordo alcançado entre a UE e a Turquia para os refugiados. O Sindicato teme agravamento de problemas relacionados com falta de pessoal.

A informação é avançada pelo gabinete de imprensa do MAI.

A disponibilidade para enviar os peritos foi manifestada, no sábado, durante uma reunião, através de videoconferência, entre os Estados-Membros da UE para decidir o apoio prestado no âmbito do acordo que prevê o regresso à Turquia dos imigrantes ilegais que cheguem à Grécia.

Ainda não há uma data para o envio dos 40 peritos do SEF, que vão ter valências em readmissão, retorno e escoltas para afastamento de cidadãos irregulares.

Sindicato preocupado

Ouvida pela TSF, a presidente do Sindicato dos Funcionários do SEF congratula-se com o facto de Portugal estar empenhado em responder ao problema dos refugiados, mas sublinha que o envio de 40 peritos para a Grécia vai agravar os problemas de falta de pessoal do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Manuela Niza Ribeiro defende, por isso, que a equipa que segue de Portugal devia ser multidisciplinar e não apenas de inspetores.

Contactado pela TSF, o gabinete do ministério da Administração Interna sublinha que Portugal vai disponibilizar "aquilo que a União Europeia entendeu ser essencial para a missão que vai ser feita".

A assessoria de Constança Urbano de Sousa acrescenta ainda que "a ministra tem consciência de que o SEF tem dificuldades", lembrando que está nesta altura a decorrer um concurso para recrutar mais pessoal e dentro em breve vai ser aberto outro.

Nestes dois concursos, vão ser contratados 99 inspetores e 50 técnicos administrativos.

O acordo entre a União Europeia e a Turquia, que entrou em vigor no domingo, prevê que todos os imigrantes irregulares oriundos da Turquia e que entrem nas ilhas gregas sejam devolvidos à Turquia.

Após a assinatura do acordo UE-Turquia, na sexta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a aplicação do acordo vai custar entre 280 e 300 milhões de euros nos próximos seis meses.

Juncker adiantou que a Comissão Europeia ficou com a coordenação da logística e que Bruxelas tem "que pôr quatro mil pessoas a trabalhar para se conseguir pôr em prática o acordo", que estipula que cada pedido de asilo seja tratado individualmente.