Política

José Eduardo Martins confessa: não votou em Passos

Henrique Graça/Global Imagens

Não coloca cenário de eventual candidatura à liderança do partido, mas confessa que não votou em Passos Coelho nas diretas do PSD. José Eduardo Martins diz que "mantém a postura", mas apoiará o líder.

Opositor de eleições internas através de diretas desde a primeira hora, o antigo secretário de Estado do Ambiente não espera um congresso animado como gostaria. Diz que o líder "está escolhido", porque "a alternativa não apareceu", e lembra o tempo em que fez parte da direção de Manuela Ferreira Leite em que "houve muita gente (no partido) a não trabalhar para o mesmo lado".

José Eduardo Martins não poupa críticas a Pedro Passos Coelho, mas promete apresentar propostas no congresso deste fim de semana e "apoiar o líder e o partido no que for preciso". No novo papel assumido pelo partido, na oposição ao governo de António Costa, dá a Passos nota negativa. "Não acho que tenha sido até agora um muito eficaz líder da oposição", admite, considerando que a reunião magna do partido pode ser uma oportunidade "para afinar um caminho e começar a falar de futuro, não do passado".

Para o antigo deputado social-democrata o congresso deve servir para definir a estratégia do partido, em que o PSD, salienta, tem de mostrar força e "assumir uma alternativa em concreto". E liberta mais uma alfinetada, a propósito da discussão do OE. "Posturas como esta que tivemos no Orçamento do Estado, dogmática, de votar contra tudo, não são sequer necessárias para firmar uma posição".

No futuro, José Eduardo Martins espera que o partido de que é militante seja capaz de dizer aos portugueses "que país quer na próxima década" e defina uma estratégia clara em relação às autárquicas de 2017. Apelida a posição assumida pelo CDS de "oportunista" e defende que "com o PS encostado à esquerda, o PSD deve refletir".

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