Sociedade

E se fosse eu? "Levava a bebé"

Criança refugiada em Tovarnik, na Croácia (17/09/2015) Antonio Bronic/Reuters

No espaço "A Criança", onde os refugiados têm prioridade, a pergunta "E se fosse eu?" já foi feita aos meninos de 5 anos. Uma das respostas emocionou a educadora de infância.

Filipa Silva lembra-se bem do dia em que perguntou à turma dos meninos de cinco anos o que levariam se tivessem de fugir de casa? "Alguns dizem que levavam um boneco, a mãe ou o pai, uma mochila", mas um dos meninos respondeu "eu levava a bebé".

A educadora no espaço "A Criança", na Bobadela, ficou intrigada até perceber que o menino, um refugiado da Eritreia, tinha trazido a irmã de 3 anos ao colo, durante toda a viagem. Filipa Silva recorda as marcas que a experiência de ser refugiado deixa nos mais novos, mas salienta que existe uma grande aceitação entre os meninos do jardim-de-infância, ligado ao Centro Português de Refugiados.

"Antes de virem para a sala, falamos com os meninos (...) e temos até crianças que no dia em que eles vêm, trazem um brinquedo ou um boneco para lhes entregarem".