Sociedade

E se fosse eu: Cada criança, um refugiado diferente

Dora Pires/TSF

O objetivo dos alunos da Escola Básica de Vale Rosal, na Charneca da Caparica, era simples: imaginarem-se na pele de um refugiado e fazer uma mochila à medida das necessidades. E nem o perfume faltou.

Todos trouxeram o exercício feito de casa, uns na mochila, outros na cabeça. O conteúdo depende de como cada um se imagina na pele de um refugiado.

A iniciativa E se fosse eu?, da PAR - Plataforma de Apoio aos Refugiados, realizou-se esta quarta-feira, em várias escolas a nível nacional. Em todas as escolas foi emitido um vídeo, mostrando o pouco que os refugiados costumam levar consigo. A ideia deste dia passava por colocar as crianças nos pés dos refugiados, desafiando os alunos a fazerem a sua própria mochila, caso tivessem um destino semelhante.

Na Escola Básica de Vale Rosal, na Charneca da Caparica, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, não faltaram à chamada. E a imaginação dos alunos não desiludiu ninguém.

O conteúdo de cada mochila mostrou-se muito diferente, mas o professor Gabriel confessou ser capaz de adivinhar a que aluno pertencia cada uma, apenas pelos objetos escolhidos.

Alguns alunos mostraram muita organização, ao passo que outros preferiam precaver-se contra quase todas as adversidades. Para estes alunos fazer a mochila não é o mais complicado. O pior é mesmo aquilo que teria de ficar de fora, como a família. Mesmo para as crianças, nalguns casos, não há imaginação que chegue.