O ministro dos Negócios Estrangeiros assinalou que, nos últimos dois anos, um programa de ajustamento "duro" teve como um dos efeitos as contas externas "positivas".
"Desde há dois anos que as nossas contas externas são positivas, isto é, nós pedimos emprestado menos ao estrangeiro do que aquilo que vendemos ao estrangeiro", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, numa intervenção perante políticos e legisladores lusodescendentes, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Durante a intervenção, Augusto Santos Silva, falando acerca do período de governação PSD/CDS-PP, sublinhou que a correção das contas externas foi "o mais importante" dos "efeitos" do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro - que terminou na primavera de 2014 -, que considerou ter sido "muito duro".
"A nossa balança comercial é positiva, a nossa balança corrente é positiva, e a nossa balança corrente e de capital é positiva. Portanto, podemos dizer que, em relação ao nosso primeiro grande problema económico, o desequilíbrio externo, o corrigimos substancialmente", sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
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"Hoje mesmo, o Eurostat confirmou que Portugal, se retirarmos medidas "one-off', teve um défice orçamental no ano passado de 3% do PIB. Se retirarmos uma medida excecional que tivemos de tomar para resolver um banco, chegamos ao cumprimento da regra orçamental de ter um défice orçamental equilibrado", afirmou Augusto Santos Silva.
No encontro promovido pela FLAD, o governante mostrou-se ainda convicto que, em 2016, o país vai ter um desempenho muito positivo no que diz respeito ao cumprimento das metas orçamentais: "Este ano, nós vamos ficar muito abaixo do limiar de 3% do produto para o défice orçamental".
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, caso o cenário se verifique, haverá quatro efeitos essenciais para o país: "Menos despesa pública em proporção do produto; um saldo orçamental primário muito positivo; o rendimento das famílias, pela primeira vez há vários anos, a crescer; e um pequeno, mas contínuo crescimento da economia".
Durante a intervenção, perante políticos e legisladores dos Estados Unidos e de Portugal, o ministro sublinhou ainda que as relações entre os dois países devem ser reforçadas, assinalando a comunidade luso-americana e a base das Lajes como pontos essenciais dessa cooperação.
"Portugal quer desenvolver a relação com os Estados Unidos no pilar da segurança e defesa, no aproveitamento do enorme potencial da comunidade luso-americana e na área da cooperação nos domínios de fronteira: tecnologia, ciência, energia, saúde, turismo e novas tecnologias. Essa é a nossa agenda", disse.