Ainda sem conhecer o conteúdo do projeto de resolução do CDS-PP, os social-democratas dizem que, em qualquer caso, a bancada dará sempre sinal de que discorda com o documento do Governo.
"Todos os partidos são livres, tal como o Governo, a sujeitar o Programa de Estabilidade a votações e, havendo algum que o faça, o PSD não deixará de votar num sentido que demonstre a sua discordância profunda com o exercício e a forma irrealista e não credível de governar", disse António Leitão Amaro.
A posição do vice-presidente da bancada social-democrata foi manifestada depois de se saber que o CDS-PP vai entregar, no parlamento, um projeto de resolução sobre o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, apresentados pelo executivo de António Costa.
Sublinhando que grupo parlamentar do PSD ainda não conhece, em detalhe, o projeto de resolução dos centristas, Leitão Amaro adianta, no entanto, que os social-democratas consideram que os documentos que o Governo tem de entregar em Bruxelas até ao final de abril revelam "falta de ambição e vontade reformista", bem como "falta de capacidade para resolver os problemas estruturais do país".
Nesse sentido, assinala o vice-presidente da bancada, na hora da votação, o PSD irá manifestar discordância com os dois documentos apresentados pelo executivo.
"Qualquer projeto de resolução que teste o apoio ou a rejeição deste Programa de Estabilidade, o PSD, não achando necessário, votará mostrando essa rejeição", afirmou o deputado.
Questionado sobre o porquê de o PSD não ter avançado com qualquer iniciativa - ao contrário do que fez o CDS-PP -, Leitão Amaro justificou a decisão com a existência de uma união à esquerda.
"Da parte do PSD, não existem dúvidas de que a maioria de esquerda, de Governo - PS, BE, PCP e "Verdes" -, apoia este caminho errado. Portanto, não víamos necessidade e utilidade em submeter o Programa de Estabilidade a votação", disse.