Política

Milhares desfilam pela Liberdade em Lisboa

João Alexandre/TSF

Milhares de pessoas descem a avenida da Liberdade, no tradicional desfile comemorativo da Revolução dos Cravos.

Vários milhares de pessoas descem a avenida da liberdade no dia em que se assinalam os 42 da revolução de abril, que marcou a transição para a democracia.

O desfile organizado pela Associação 25 de Abril, pelas centrais sindicais (CGTP-IN e UGT) e outras organizações, conta com a presença de vários líderes partidários

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do partido comunista, Jerónimo de Sousa, admitiu que a data, este ano, tem outra importância política, agora que o país tem um governo socialista apoiado pela esquerda parlamentar.

Na opinião de Jerónimo de Sousa, há "uma janela de esperança" que se abre, depois de muitos anos de austeridade que deixou os portugueses a viver "com muitas dificuldades".

Questionado sobre se o Presidente da República poderá colaborar nesta mudança, Jerónimo de Sousa disse que ainda é cedo para fazer essa avaliação, mas frisou que Marcelo de Rebelo de Sousa é, sem dúvida, diferente do anterior Presidente, Cavaco Silva, cujos discursos eram "de crispação".

Também a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, concordou que o país vive um tempo de mudança política.

O desfile, que começou no Marquês de Pombal, terminou no Rossio com discursos de membros da Associação 25 de Abril.

No final da iniciativa, Vasco Lourenço, o presidente da associação, disse que gostaria de ver o Presidente da República "de corpo inteiro" no 25 de abril, por exemplo, marcando presença no tradicional desfile na avenida da Liberdade.

Vasco Lourenço reconhece que atualmente a "situação [do país] está mais desanuviada" e por isso há menos contestação do que em anos anteriores.