CDS diz que esquerda está comprometida com eventual austeridade. PSD ironiza que o sapo engolido deve ser "doce" Confirmou-se o voto contra da esquerda à rejeição do PE. Jerónimo esteve ausente.
Só o CDS e o PSD votaram a favor do projeto de resolução do CDS onde se recomendava ao Parlamento para "rejeitar o Programa de Estabilidade 2016-2020" e a revisão do Plano Nacional de Reformas.
Depois da clarificação exigida pelo CDS, a esquerda esteve ao lado do PS e chumbou a resolução; o PAN absteve-se.
No momento da votação, a bancada do PS levantou-se, BE , PCP e PEV sinalizaram que votavam contra, mas sem que todos se levantassem. Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP não compareceu à votação.
PSD e CDS foram rápidos na "colagem" da esquerda a eventuais medidas de austeridade, no futuro próximo.
Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS não deixou passar em branco a ausência do líder comunista, sublinhando que apesar do "incómodo natural" de quem disse que era contra o Programa de Estabilidade, a esquerda será responsável pelas medidas que forem tomadas.
"A partir de hoje fica claro que a responsabilidade de tudo o que acontecer nos próximos quatro anos ao nosso país, nomeadamente naquilo que é o cumprimento das metas e na existência ou não de medidas de austeridade nacionais passa a ser do PS, do BE, do PCP e do PEV",considerou Nuno Magalhães.
Já na leitura de António Leitão Amaro, do PSD ficou "colocada em causa" a coerência de quem tinha rejeitado a austeridade e que " "é um caminho que os responsabiliza a todos"
"Mostraram-nos hoje, PCP, BE e mesmo o PS, que engolem sapos, mas, desta vez os sapos são doces", ironizou o vice presidente da bancada social democrata.
O PSD saúda a aprovação de 140 propostas com o selo laranja, considerando que são prova de uma oposição "construtiva".
"A partir de hoje ninguém poderá dizer que o PSD não apresentou, não tem e não levou a votação as suas propostas", vincou Leitão Amaro.
O processo de votação foi demorado porque o PS solicitou a votação ponto a ponto das recomendações do PSD, uma vez que, nalgumas matérias, coincidiam com medidas que merecem o acolhimento do Governo.
Pelo meio, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, ironizava que mais parecia "um jogo de bingo", com a enumeração dos pontos em votação.