Mundo

Racionamento na Venezuela: comprar comida depende do bilhete de identidade

Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Portugueses que vivem na Venezuela dividem-se sobre o que se passa no país. Uns desdramatizam; outros dizem que é "terrível".

Há seis emigrantes ou luso descendentes na Venezuela com lugar no chamado Conselho das Comunidades Portuguesas, que reúne os representantes dos portugueses no estrangeiro. A TSF falou com quatro no último encontro que decorreu em Lisboa e o cenário que descrevem é divergente.

António Freitas, por exemplo, sublinha que em todos os locais do mundo há dificuldades, enquanto Carlos Alves acrescenta que Portugal também tem problemas e "as pessoas na Venezuela vão levando a vida pois são problemas pontuais".

Maria de Lurdes, uma emigrante com origem em Aveiro, tem uma visão completamente diferente e explica que em 51 anos de Venezuela nunca passou por uma situação tão complicada.

Os supermercados estão vazios e muitos bens básicos só se encontram nas filas do racionamento, cujo acesso apenas acontece uma vez por semana, numa escala que depende do número do cartão de identidade.

Depois, além da falta de bens básicos, há cortes frequentes de eletricidade que duram 6 a 8 horas para poupar energia no país e uma enorme falta de segurança. Os portugueses saem à rua com medo e vários já estão a enviar os filhos para fora.

Governo português está atento

Sem querer ir muito longe no comentário, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, explica que as autoridades nacionais estão muito atentas ao que se passa com os portugueses na Venezuela.

O secretário de Estado vai encontrar-se esta quarta-feira com associações de portugueses. José Luís Carneiro admite que a situação é grave, mas não aconselha os portugueses a abandonarem a Venezuela.

.