O Presidente da Venezuela disse que vai apresentar um "conjunto de ações jurídicas internacionais" em Espanha para acabar com uma alegada "campanha de guerra psicológica" contra o país.
Nicolas Maduro disse que está em curso uma "propaganda de guerra" contra a Venezuela, baseada em Espanha e na sua comunicação social. "Tanta campanha para justificar qualquer coisa, uma invasão, um magnicídio contra mim. Agora esse país de desastre que a Espanha apresenta é para tapar a miséria, a fome e a tragédia social que há em Espanha. Falo de Espanha como podia falar de outro qualquer país. Mas em Espanha é espantosa esta campanha de Guerra".
Neste sentido Maduro anunciou que chamou a Caracas o embaixador em Madrid e com ele está a "preparar um grupo de juristas espanhóis, europeus e venezuelanos e vou fazer um conjunto de ações judiciais internacionais em Espanha e na Europa para que se respeite a honra do nome da Venezuela e para que pare a campanha de guerra psicológica pela qual injetam ódio para justificar qualquer ação violenta e de guerra contra o país".
O Presidente da Venezuela afirmou, no seu programa de rádio e televisão "Em contacto com Maduro", que com estas ações legais vai pedir "uma medida cautelar a favor do direito à paz da Venezuela e da verdade e do direito à verdade do povo espanhol", acrescentou.
Na passada sexta-feira, Maduro disse que está em curso uma campanha, a partir de Madrid, que promove uma invasão estrangeira à Venezuela, como a que foi feita contra o Iraque, com mensagens que, segundo afirmou, foram promovidas pelo então presidente do Governo espanhol José María Aznar.
"O que se faz contra a Venezuela em Madrid é uma campanha de guerra, uma campanha para preparar, o que nunca acontecerá, mas que está nas mentes macabras daqueles que a estão a planear, preparar uma invasão, uma intervenção militar", afirmou então.
Parlamento processado por "Traição à Pátria"
Entretanto, o Presidente venezuelano anunciou que vai processar judicialmente a direção do parlamento por "traição à pátria" e por usurpar as funções do Chefe de Estado.
Em causa está a decisão do parlamento de Caracas de solicitar à Organização de Estados Americanos (OEA) que ative a Carta Democrática para a Venezuela, reforçando as sanções contra o país.
"O que fez Ramos Allup (presidente do parlamento) é crime. Como presidente da Assembleia Nacional, pediu uma intervenção estrangeira para os assuntos internos da Venezuela. Pretendeu 'abrogarse' (atribuir-se faculdades para abolir algo de maior hierarquia) as relações internacionais do país, que são exclusividade constitucional do Chefe de Estado, que se chama Nicolás Maduro", concluiu.