"O corpo e a alma do negacionismo das alterações climáticas". É desta forma que uma fonte do jornal inglês The Guardian descreve a Peabody Energy, a maior empresa mineira mundial, agora falida.
A investigação do diário britânico revela que a Peabody Energy entregou dinheiro a políticos, cientistas, empresas e grupos de pressão a favor do uso de combustíveis fósseis.
A companhia, que está em processo de insolvência desde o mês passado, pediu proteção face aos credores e foi com base nos documentos que entregou ao tribunal, que o jornal encontrou os pagamentos.
A lista de financiamentos é composta por "dezenas" de nomes e é pela magnitude da mesma que é recebida com surpresa por parte de alguns ambientalistas com que o jornal conversou.
Após ter visto os documentos, Nick Surgey, diretor da organização não-governamental Center for Media and Democracy, descreve Peabody Energy como "o tesoureiro" por trás de boa parte do "movimento de negacionismo das alterações climáticas".
A empresa é a maior companhia mundial de extração de carvão e tem muito em jogo na causa do aquecimento global. Segundo o relatório que entregou no tribunal, o dinheiro foi para várias organizações que nos últimos anos têm combatido os planos do governo Obama para a redução de emissões de gases que contribuem para o efeito estufa. Algumas dessas entidades negam mesmo a existência das alterações climáticas. Um dos casos mais extremos é o do Center for the Study of Carbon Dioxide and Global Change que insiste que o carvão é "o elixir da vida".