Ambiente

Governo quer captar mais de 3 milhões de euros para Reservas da Bioesfera

Arquivo Global Imagens

Em entrevista à TSF, o ministro do Ambiente assume que há uma "decisão política" de canalizar dinheiro através do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.

O Objetivo do Governo vai ser anunciado hoje, no 35.º Aniversário da Reserva Natural das Berlengas.

As Reservas da Biosfera são territórios destinados a promover o desenvolvimento sustentável, com base na atividade das comunidades locais e no conhecimento científico.

Ao todo, Portugal tem dez reservas classificadas a nível mundial, incluindo duas que foram aprovadas muito recentemente.

Em 2011 a Comissão Nacional da Unesco criou informalmente a Rede Portuguesa, com o objetivo de promover a partilha de experiências, à semelhança do que acontece nas redes UNESCO, noutras áreas. Essa rede vai hoje ser formalizada, na Assinatura do Acordo de Cooperação da Rede Nacional de Reservas da Biosfera da UNESCO.

Em entrevista à TSF, o Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, afirma que o objetivo é permitir que as Reservas ganhem visibilidade, tal como acontece noutras áreas.

João Matos Fernandes revela que a intenção do Governo é captar mais de três milhões de euros para investimento nas reservas. São verbas do mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu - os EEA and Norway Grants.

O instrumento foi acordado com Islândia, Liechtenstein e Noruega que prevê atribuir 2 mil e 800 milhões de euros a 15 Estados. O Ministro do Ambiente explica como vai ser feita a distribuição das verbas que Portugal pretende captar.

À semelhança do que acontece com os fundos comunitários, é preciso verbas para a componente nacional. O Ministro do Ambiente explica que essa fatia corresponde a 15 por cento do total. João Matos Fernandes assume que há uma "decisão política" de canalizar dinheiro através do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

A assinatura do Acordo de Cooperação da Rede Nacional de Reservas da Biosfera da UNESCO está marcada para o meio-dia, em Peniche, no âmbito dos 35 anos da Reserva Natural das Berlengas. A cerimónia vai ser presidida pelo primeiro-ministro.

Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, acredita que a formalização da rede nacional vai dar novo impulso ao trabalho que é desenvolvido no país.

António José Correia fala num passo importante para que as autarquias possam conseguir dinheiro para os projetos de cada reserva, o que não tem acontecido.

A câmara de Peniche já identificou dois projetos prioritários nas ilhas Berlengas, para concorrer aos fundos: na área da eficiência energética e no tratamento das águas residuais.
Em rede, o presidente da câmara de Peniche acha que as reservas podem apresentar um plano conjunto, para melhorar a sinalização dos espaços.