Política

É um aviso de Moedas: Brexit pode repetir-se

Nuno Veiga/Lusa

O comissário europeu considera que o Brexit pode repetir-se noutros países se os políticos nacionais continuarem a culpar a Europa.

O social-democrata Carlos Moedas ex-secretário de Estado Adjunto no Governo PSD/CDS, deixou o aviso, ontem, na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.

"A maior reforma que temos que fazer todos é pensar que aquilo que aconteceu no Brexit pode acontecer noutros países se os políticos nacionais continuarem sempre a culpar a Europa por aquilo que corre mal. E a Europa em vez de ser vista com algo de positivo é vista como algo de punitivo", alertou.

Na opinião do comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação - que partilhou o painel sobre o futuro da Europa com o eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo - essa força "entre a política nacional e a política europeia tem uma razão de ser muito simples: a economia globalizou-se mas a política é cada vez mais local".

"É preciso ter nos nossos países políticos que assumem as culpas quando elas são nacionais e que não culpem constantemente a Europa por tudo aquilo que corre mal. Esta é uma das razões maiores das pessoas se afastarem da Europa", defendeu.

O maior perigo que existe hoje na Europa, na opinião de Carlos Moedas, "é o protecionismo, que vem deste extremismo e do populismo", considerando que isto é a repetição da história da Europa e por isso não compreende que a extrema-direita e na extrema-esquerda radical não percebam que "fechar o mundo destrói riqueza e que essa não é a solução".

"A guerra que temos hoje política não é esquerda/direita, mas sim a guerra daqueles que querem fechar a Europa e daqueles que querem abrir a Europa", defendeu.

Para o antigo governante, é preciso estar do "lado dos que querem abrir a Europa", aproveitando o momento para elogiar o partido anfitrião, que considera que tem sido um exemplo desta abertura a políticas que não sejam protecionistas.