Susana Bailarim foi a única portuguesa convidada a participar numa missão arqueológica no Egito, com uma das mais reputadas arqueólogas do mundo, mas não tinha dinheiro para realizar este sonho.
Depois de ver negado o apoio de várias instituições, assim como uma bolsa de estudo, decidiu pedir ajuda na Internet e criou uma página. Com o nome: Susana no Egito, pediu apoio financeiro para realizar este sonho, o objetivo era conseguir 2 mil e 500 euros.
O fascínio pelo Egito é antigo. "A minha mãe quando eu era pequena mostrava-me muitas imagens de livros com as pirâmides, as esfinges, com escavações e eu fiquei fascinada".
Susana Bailarim tem 47 anos, é licenciada em arqueologia, com especialização em egiptologia. Entre 2000 e 2008 participou num projeto de escavações no Egito, que terminou por falta de financiamento e agora surgiu uma nova oportunidade de regressar ao terreno.
"No final do ano passado surgiu a hipótese, a partir de um convite da Maria Nilsson, responsável pelas escavações em Gebel El, para eu integrar o projeto".
Um projeto para os próximos 6 meses, o problema é que só tem estadia e alimentação paga.
"É uma oportunidade única, não só como portuguesa. Além de ser um projeto internacional, é uma pena que instituições portuguesas e o próprio governo não apoiem pessoas convidadas para trabalhar e representar o país".
Precisava de 2 mil e 500 euros e decidiu abrir a página Susana no Egito a pedir ajuda. "É uma oportunidade única, preciso de apoio e pedi ajuda para divulgarem".
A poucos dias de partir conseguiu o dinheiro que precisava. "Tive muitos desconhecidos, recebi duas doações de 500 euros".
Susana Bailarim já partiu, a expedição começa dia 26 e até lá vai estar em Luxor a preparar a campanha. "Queremos descobrir a história, conhecer o local onde estamos e se possível datá-lo. É isso que me fascina, amo aquilo que faço".
Como forma de agradecimento Susana Bailarim vai transformar a página que criou num diário, onde vai partilhar o dia-a-dia da missão internacional.