A reunião entre o ministro do Ambiente e os representantes dos taxistas terminou sem qualquer solução. Os taxistas vão permanecer no Aeroporto de Lisboa por tempo indeterminado.
A reunião entre o ministro do Ambiente (que tutela os transportes urbanos) e representantes dos taxistas terminou se qualquer garantia de um acordo que ponha fim ao protesto dos taxistas.
No final do encontro, que terminou por volta das 15h30, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas, reconheceu que subsistem "divergências profundas" em relação à legalização das plataformas digitais de transportes.
A limitação do número de veículos que podem prestar este serviço continua a ser ponto de discórdia entre as partes.
"A reunião foi muito produtiva, mas há de facto uma divergência, que é profunda, que é a vontade dos taxistas de criar um contingente para uma atividade económica que não pode ser contingentada", afirmou João Matos Fernandes.
O ministro declarou ainda que foi discutida "uma proposta concreta", que passa pela descaracterização dos táxis. A proposta visa que, no caso de os taxistas quererem a descaracterização, o prazo de 60 dias para a perda da licença seja alargado até "um ou dois anos".
Matos Fernandes referiu ainda que a reunião de hoje foi "mais uma entre umas", não estando relacionada com o protesto do setor.
O governante acrescentou que não recebeu garantias de que o protesto vá terminar. Também considerou que o protesto, embora legitimo, não deveria continuar para além do que foi comunicado às autoridades.
Já os representantes dos taxistas não deixam espaço para dúvidas. Depois de terem saído da reunião sem prestar declarações, Florêncio Almeida, da ANTRAL, e Carlos Ramos, da Federação Portuguesa do Táxi, dirigiram-se para a Rotunda do Relógio, nas proximidades do aeroporto de Lisboa, onde se concentram muitas centenas de taxistas em protesto.
No local da concentração, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi apelou aos taxistas para não abandonarem o local. Da reunião com o Ministro do Ambiente, disse trazer "uma mão cheia de nada".
Por seu turno, o dirigente da ANTRAL disse aos jornalistas que os taxistas vão ficar no local "por tempo indeterminado", até que o Governo resolva a situação. "Houve algumas coisas que o Governo disse estar recetivo a aceitar, mas a questão dos contingentes não está fixada", acrescentou.
Junto ao Aeroporto de Lisboa, os taxistas dizem que não vão desmobilizar e vão manter protesto por tempo indeterminado.