Foi chumbada a proposta de criação de um santuário para baleias no Atlântico sul
A criação de um santuário para baleias no Atlântico sul, proposta por vários países do hemisfério sul, incluindo o Brasil, foi hoje mais uma vez rejeitada numa reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
A proposta, à qual se opunham o Japão, a Noruega e a Islândia, países que praticam a caça à baleia, só recolheu 38 votos de um total de 64, pelo que não foram alcançados os 75% necessários para a sua adoção, na 66.ª reunião da CBI em Portoroz, na Eslovénia.
A proposta "chumbou", disse Simon Brockington, do secretariado da CBI, após a contagem dos votos.
Já antes rejeitada por duas vezes - em 2014 e em 2012 -, a proposta foi apresentada por países sul-americanos - Argentina, Brasil, Uruguai - assim como pela África do Sul e o Gabão, que assim esperavam poder desenvolver o turismo de observação de baleias.
A ideia era a construção de um santuário de 20 milhões de quilómetros quadrados, onde as populações de baleias pudessem reconstituir-se, após terem escapado da extinção no século XX, vítimas da caça pela sua carne e gordura.
Os partidários da criação do santuário argumentam que 71% das cerca de três milhões de baleias abatidas em todo o mundo entre 1900 e 1999 foram capturadas no hemisfério sul.
O santuário deveria promover "a biodiversidade, a proteção e a utilização não letal de recursos baleeiros no oceano Atlântico sul", segundo uma proposta submetida à comissão.
Atualmente existem dois santuários de baleias: um no oceano Índico e o outro no oceano Antártico, onde caça o Japão.