Alberto Gonçalves, dono da "Timtim por Tintim", acha que animar a BD dá mau resultado. Fomos à loja que tem tudo do Tintim mergulhar num mundo de fantasia.
Alberto Gonçalves é o dono desta loja, na Rua da Conceição, no coração do Porto, onde se encontra tudo e mais alguma coisa sobre banda desenhada. Ele explica tudo "Timtim por Tintim": "Temos o Spirou, os carros do Michel Vaillant, alguma BD antiga, o Diabrete, o Álbum do Cavaleiro Andante, o Papagaio, oTic Tac".
A lista é muito longa. O Tintim está na montra, está nas estantes, está em todo o lado, mas, apesar de tudo, não o preferido de Alberto Gonçalves: "A minha paixão foi sempre uma revista: o Cavaleiro Andante, o Diabrete, o Mosquito. As pessoas com 80 anos lembram-se bem do Mosquito. Quando a revista saía, estavam já junto à editora para comprar, custava cinco tostões".
Alberto tem 58 anos e diz que, quando era miúdo,"era tudo raro". A televisão passava "cinco minutos de desenhos animados para tapar algum buraco", mas "o que dava era suficiente para ficarmos à espera de mais".
Daí nasce o vício e essa necessidade de distinção: banda desenhada é uma coisa, animação é outra.
"Produziu-se muito bom desenho animado que quando é transportado para a BD, em geral, não tem sucesso nenhum e na BD quando passa para a animação é a mesma coisa". Alberto Gonçalves dá o exemplo do "Tom and Jerry" e do "Bugs Bunny".
E lembra também que "o Tintim foi levado duas vezes à animação e esses desenhos animados são muito fracos".
Na montra, um enorme Tintim mantém-se atento à conversa. O cheiro a livros aos quadradinhos antigos desafia as memórias. Quem aqui vem, passeia nas imagens do passado. E sai com os olhos cheios de colorido.