Segurança

Aprender a "ver" sinais de terrorismo nos aeroportos

Igor Martins/ Arquivo Global Imagens

Prevenir também é uma forma de luta. É com base neste lema que a PSP decidiu avançar com ações de formação sobre terrorismo. A ideia é alertar a consciência de quem trabalha nos aeroportos nacionais

O frenesim é constante. Nos corredores do parque de estacionamento do aeroporto Francisco Sá Carneiro existe um rodopio de passageiros, bagagens e automóveis.

Todos os passos são vigiados pelas autoridades, mas não só, ali os olhares atentos e disciplinados multiplicam-se desde há um ano.

Nessa altura, a PSP iniciou uma série de ações de formação que, para além dos seus agentes, envolvem todos os que aqui trabalham, desde funcionários de companhias aéreas, da ANA, do serviço de handling, elementos da segurança privada e de outras autoridades nacionais.

O objetivo é promover a prevenção de atos terroristas e aumentar a consciência de que o perigo pode estar em qualquer lado. Por isso, o subintendente Daniel Magalhães, Comandante da Divisão de Segurança Aeroportuária, considera que, nesta tarefa, ninguém é dispensável.

Se as zonas reservadas dos aeroportos são alvos blindados, o mesmo não se pode dizer das zonas públicas, como cafés, restaurantes e lojas. O acesso e a circulação são livres e isso transforma o aeroporto num campo sensível, apesar do circuito de vigilância que já existe.

A PSP já realizou mais de uma dezena de formações ao longo dos últimos meses, "que abrangeram o pessoal policial das Divisões de Segurança Aeroportuária de Lisboa, Porto e Faro, bem como algum do efetivo desse Comandos e Unidade Especial de Polícia que colabora no reforço ao dispositivo em vigor desde 2015".

Para além disso, e em articulação com a ANA, foi ainda possível realizar várias sessões de esclarecimento dirigidas a funcionários, que já abrangeram mais de 300 pessoas. A todos, a PSP ensina a olhar para o ambiente de trabalho com outros olhos.

O subintendente Daniel Magalhães refere que não se trata de alarmismo, mas sim ter precaução com gestos que podem indicar algo estranho, como o abandono de uma mala.

Pedro Gonçalves é agente da PSP, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, e já frequentou a formação sobre terrorismo. Diz que aprendeu a identificar gestos subtis, certos detalhes ou determinados pormenores, podem ser bastante reveladores.

Carlos Lopes, também agente da PSP, subscreve esta opinião, porque agora sente-se mais preparado para cumprir a sua missão depois de ter passado pela formação em terrorismo. Carlos Lopes diz que tudo conta...

... Tudo conta... Até quando e como se fala sobre o assunto em público. Porque a segurança é um tema sensível. Para o Subintendente Daniel Magalhães esta é uma certeza e um princípio a aplicar.