Confederação patronal não aceita rasgar acordo em vigor na Concertação Social, nomeadamente em relação aos fatores que definem valor do salário mínimo nacional
Dizendo-se "empenhada" na construção de um acordo em sede de concertação social até 2020, defendido pelo presidente da República, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) deixa, desde já, um aviso: a ideia de fixar o salário mínimo a 600 euros parte de "um acordo político entre o PS e o Bloco de Esquerda (BE)" e lembra que "já há um acordo em vigor que deve ser respeitado" e cujos pressupostos - produtividade, inflação e crescimento económico - devem ser tidos em conta.
"Respeitando o acordo que está em vigor e que foi assinado por este governo, chegamos a um valor que não ultrapassa os 540 euros. Se o governo subscrever aquilo que o PS tem de acordo com o BE e quiser impor esse acordo político nesta discussão, teremos aí campo de discussão", alertou.
A CIP admite que até 2020, o valor do salário mínimo nacional até pode ser superior aos 600 euros, mas a evolução tem de ser feita "de forma sustentada" e que permita às empresas manter os postos de trabalho.