Política

PSD: Números do PIB são bons mas Governo não pode "embandeirar em arco"

Luís Montenegro © Orlando Almeida/Global Imagens

PS e PCP fazem uma análise mais positiva dos números divulgados pelo INE e esperam que o Governo vá mais longe na política que está a adotar.

O PSD admitiu hoje que os dados económicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o terceiro trimestre do ano são uma "boa notícia", mas vincou que o Governo não pode "embandeirar em arco" com os dados.

"Há uma boa notícia para o país, que de alguma forma surpreende todos aqueles que perspetivavam nas últimas semanas um crescimento inferior", admitiu no parlamento Luís Montenegro, líder da bancada do PSD na Assembleia da República.

Todavia, o social-democrata vincou ser necessário analisar os "dados desagregados e perceber se há aqui uma base que possa sustentar um caminho duradouro de crescimento económico superior à previsão do próprio governo em sede de Orçamento do Estado, quer para 2016 quer para 2017".

E prosseguiu: "É melhor termos uma boa notícia que uma má notícia, e isso gostaríamos de assinalar. Em todo o caso, não é razão para embandeirar em arco e pensar que a nossa economia está a dar uma resposta que nos possa colocar acima da margem que pode sustentar no futuro mais crescimento".

Depois de ouvir o líder parlamentar do PSD, João Galamba, porta-voz do PS, disse que os números devem servir para que aqueles que têm criticado a estratégia económica do executivo possam "rever as suas posições".

Também o PCP reagiu aos números. Paulo Sá, deputado comunista, destacou "uma clara e efetiva melhoria da atividade económica nos três primeiros trimestres deste ano" que é "já o reflexo das medidas de recuperação de rendimentos implementadas no último ano, após a derrota do Governo PSD/CDS e da sua política".

Ainda assim, os comunistas pedem ao Governo que vá mais longe: "Se esta política de recuperação de direitos e rendimentos fosse mais longe também estes números do PIB poderiam ser mais expressivos e significativos, tal como o crescimento do emprego. Reafirmamos a necessidade de prosseguir e aprofundar esta política, mas para isso é necessário romper com os constrangimentos externos, nomeadamente as imposições da União Europeia e da dívida", defendeu.