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Guterres quer "diálogo ativo" com EUA mas lembra que é cedo para fazer previsões

António Guterres (D) com Mariano Rajoy (E) © Andrea Comas/Reuters

O próximo secretário-geral da ONU diz que ainda não falou diretamente com o presidente eleito dos Estados Unidos. Em Madrid, Guterres lembrou a importância dos EUA nas Nações Unidas.

O próximo secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou esta quarta-feira em Madrid que espera "encontrar formas de manter a cooperação" com a nova administração dos Estados Unidos, "um parceiro fundamental do sistema das Nações Unidas".

"É muito cedo para fazer quaisquer previsões", disse o antigo primeiro-ministro português aos jornalistas, após reunião com o chefe do Governo espanhol, lembrando que "ainda não é secretário-geral e não falou diretamente" com o presidente eleito norte-americano.

Donald Trump prometeu rever as contribuições do país para a ONU e abandonar o Acordo de Paris sobre o clima.

"O secretário-geral Ban Ki-moon vai ter, em breve, uma reunião" com Trump, acrescentou António Guterres, sublinhando que "a transmissão de poderes entre secretários-gerais será seguramente harmoniosa".

"Estou a preparar-me para o exercício das funções" de secretário-geral da ONU, um cargo que exige uma "atitude de diálogo efetivo e muito positivo com todos os Estados-membros", disse.

Nesta deslocação a Espanha, que assume a presidência mensal do Conselho de Segurança da ONU em dezembro, Guterres sublinhou a importância da contribuição espanhola para as Nações Unidas e o forte empenho no multilateralismo.

António Guterres recebe hoje em Madrid o título de Honoris Causa da Universidade Europeia de Madrid pela forma como liderou durante dez anos o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).