O presidente da câmara municipal de Loures fala numa desresponsabilização do Estado, com consequências para os utentes. O de Odivelas acredita numa "articulação" entre Lisboa e os concelhos vizinhos.
Bernardino Soares, autarca de Loures, entende que o Estado está a fugir às responsabilidades, ao entregar a gestão da Carris à câmara municipal de Lisboa. O presidente da câmara de Loures insiste que os transportes deviam ter uma gestão metropolitana, sob pena de ficar comprometida a resposta aos utentes.
Uma proposta que chegou a fazer ao Governo, através de uma carta ao primeiro-ministro, mas que, garante, não chegou a merecer qualquer resposta de António Costa.
Uma situação que merece tom crítico de Bernardino Soares, que ressalva que Costa "é um conhecedor desta realidade, uma vez que foi presidente da câmara de Lisboa e do Conselho Metropolitano de Lisboa e vereador na câmara de Loures. Portanto (...), a nossa expectativa era que tivesse havido uma outra consideração destas posições".
Odivelas: utentes a ganhar, com "proximidade" entre Lisboa e concelhos vizinhos
Hugo Martins, o socialista que preside à câmara municipal de Odivelas, espera que a câmara de Lisboa ouça os municípios limítrofes, antes de tomar decisões relativas ao serviço da Carris.
Ao contrário do colega de Loures, Hugo Martins defende que existe hoje "uma relação de proximidade entre os municípios" que a empresa de autocarros de Lisboa serve, por isso, todos "ficarão a ganhar com uma articulação" entre concelhos parceiros.
O presidente da câmara de Odivelas considera ainda que a solução encontrada para a Carris é "muito satisfatória", até porque permite manter a empresa na esfera pública.
Conselho Metropolitano: transportes com maior qualidade
As preocupações do presidente da Junta Metropolitana de Lisboa vão além da cidade de Lisboa e da área de atuação da Carris e do Metro de Lisboa.
Basílio Horta, também autarca de Sintra, é muito critico da qualidade do serviço prestado pelos transportes públicos e, no Fórum TSF, esta segunda-feira, sugeriu duas medidas para reverter esse défice de qualidade.
Por um lado, "a médio prazo, a criação de um passe intermodal", que sirva todos os cidadãos e todos os meios. Por outro, é essencial investir "no material circulante", lembrando Basílio Horta, as críticas que têm sido feitas, nos últimos tempos, aos comboios usados no Metro, e nas linhas de Cascais e Sintra, da CP.