O ministro das Finanças teve "uma deslocação de última hora ao estrangeiro". Vieira da Silva visa PSD e diz que "não existe oposição digna desse nome". Pedro Nuno Santos fala em "ilha de estabilidade"
Com a ausência de Mário Centeno num painel sobre o Orçamento de Estado para 2017, coube a Vieira da Silva e a Pedro Nuno Santos fazerem as despesas da conversa com os deputados socialistas.
Nas jornadas parlamentares do PS, na Guarda, o ministro da Segurança Social lembrou que quem sempre trabalhou para "renovar a Segurança Social foram sempre governos do PS, com equilíbrio entre eficácia e sustentabilidade", criticando as recentes propostas social-democratas:
"Acho que raciocínio foi simples: vamos ver tudo o que não fizemos e vamos pedir que este governo o faça", disse o ministro numa referência à proposta para que seja tornada pública, todos os meses, informação sobre Segurança Social.
Vieira da Silva deixou, no entanto, um aviso:
"Degradar a relação entre o esforço não contributivo e o contributivo do ponto de vista das prestações é ferir de morte um sistema de proteção social. Outros já o fizeram em outras partes do mundo e estão a pagar de forma muito cara no que respeita à credibilidade dos respetivos sistemas perante os cidadãos", alertou o ministro.
Vieira da Silva sublinhou que a atualização das pensões vai custar cerca de 200 milhões de euros, "acima que todos os aumentos realizados pelo Governo da direita na anterior legislatura".
"PSD finge que não há Governo, o que parece é que não existe oposição digna desse nome", rematou Vieira da Silva.
"Ilha de estabilidade"
Antes, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, sublinhou que existe hoje, em Portugal, uma "situação política económica e social que inveja a maior parte dos parceiros europeus.", Pedro Nuno Santos sublinhou o contributo "essencial" dos partidos de esquerda que apoiam o governo.
"Em Portugal, estamos numa ilha de estabilidade", afirmou perante a plateia socialista.
"Mesmo numa reunião do grupo parlamentar do PS, nós temos sempre que fazer essa referência: nada do trabalho que estamos a fazer era possível sem o trabalho e a cooperação dos nossos parceiros. Esta é uma maioria de quatro partidos e os quatro partidos estão de forma séria e empenhada a trabalhar para garantir não só que o Governo tem estabilidade e dura até ao fim da legislatura mas que tem resultados", disse o principal interlocutor do Governo com os partidos da esquerda.
A ausência do ministro das Finanças foi comunicada por fonte oficial da bancada socialista ao início da tarde.
Os trabalhos fecham com a intervenção do Primeiro-Ministro e líder do PS , António Costa.