Alerta é da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que acredita que as campanhas de sensibilização estão a ter efeitos positivos.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou 22 mil processos de violência doméstica nos últimos três anos (2013, 2014 e 2015).
Os números são divulgados na véspera do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres e também mostram, segundo Daniel Cotrim, da APAV, que o crescimento dos casos denunciados de violência doméstica tem sido pequeno, o que revela que a sociedade estará cada vez mais consciente deste problema.
O representante da APAV recorda ainda que os números que reuniram dizem que se há 15 anos se encontravam muitas mulheres que estavam há décadas em situações de violência doméstica, hoje o mais comum é essa situação durar dois a seis anos.
Uma descida na duração desses crimes que, segundo Daniel Cotrim, mostra que as mulheres estão a aguentar durante menos tempo os abusos dos companheiros, além de alguma eficácia das campanhas de alerta que têm sido feitas.
O maior problema, contudo, é que há cada vez mais casos de agressões graves e perigosas.
A APAV conclui que cada vez mais depressa se passa da violência psicológica à física ou mesmo às tentativas de homicídio, o que obriga a acelerar os sistemas de resposta no apoio às mulheres agredidas.
Dos 22 mil processos abertos pela APAV por violência doméstica nos últimos três anos, 85% dizem respeito a agressões contra mulheres.
Em 34% dos casos o agressor é o cônjuge, 44% tinham filhos, sendo que dois terços das agressões aconteceram em casa.