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PAIGC rejeita integrar novo Governo da Guiné-Bissau

Domingos Simões Pereira © Arquivo Global Imagens

O partido decidiu também retirar a confiança política ao Presidente do país, José Mário Vaz.

O PAIGC, partido vencedor das eleições legislativas na Guiné-Bissau, mas arredado do poder, não vai participar no novo governo do país. A decisão foi tomada numa reunião do comité central do PAIGC que se iniciou no sábado e já terminou de madrugada.

O novo governo vai ser liderado por Sissoco Embaló, general na reserva de 44 anos, nomeado no dia 18 pelo Presidente da República José Mário Vaz, contra a vontade do partido.

Na resolução, a força política "reafirma a intenção inabalável da não participação do PAIGC e dos seus militantes no governo de iniciativa presidencial".

Isto acontece depois de, em outubro, a classe política guineense ter chegado a um entendimento na capital da vizinha Guiné-Conacri para ser constituído um executivo de consenso, com todos os partidos representados no Parlamento e cujo líder seria uma figura de confiança do chefe do Estado.

O PAIGC diz que dos três nomes propostos por José Mário Vaz (Sissoco Embaló, Augusto Olivais e Aladje Fadiá) foi escolhido o de Augusto Olivais, militante do partido, no entanto, o comunicado final do encontro de Conacri não especifica o nome o que tem permitido que se façam diferentes interpretações.

Nesta mesma reunião, o partido retirou a confiança política ao Presidente do país, numa votação que foi apoiada por 112 dos 123 presentes na sala.

O partido suportou a candidatura de José Mário Vaz à presidência da Guiné-Bissau, mas o desentendimento tem reinado nesta legislatura, com o Presidente guineense a demitir dois Governos do PAIGC.

O PAIGC, liderado pelo ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, acusa ainda o chefe de Estado de ter atitudes que demonstram que está determinado em prejudicar o partido.