Economia

Reações à demissão de António Domingues

Bloco de Esquerda, PCP, UGT e CGTP reclamam solução célere para a administração da Caixa Geral de Depósitos.

Bloco de Esquerda:

A deputada do BE Mariana Mortágua considera que a demissão de António Domingues da presidência da Caixa Geral de Depósitos "já só peca por tardia" porque "quem não reconhece a lei não serve" para o banco público.

"O inexplicável arrastamento deste processo ao longo de três meses foi prova de uma irresponsabilidade que agora se encerra", disse Mariana Mortágua numa declaração na sede do BE, em Lisboa.

PCP:

O dirigente comunista Jorge Pires desejou hoje uma Caixa Geral de Depósitos que ajude a economia portuguesa, sem atender aos "falsos argumentos" de CDS-PP e, sobretudo, PSD que "escondem o objetivo da privatização" do banco público.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP não deixou, no entanto, de lamentar as "decisões erradas" do Governo socialista, além do ato "inútil" em que consistiu a aprovação na passada semana de uma alteração legislativa, proposta pelo PSD e viabilizada por CDS-PP e BE, para que os administradores de instituições de crédito integradas no setor empresarial do Estado ficassem abrangidos pelas normas constantes do Estatuto do Gestor Público (EGP), designadamente a apresentarem os seus rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC).

Centrais sindicais:

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defende que o Governo deve ser célere na nomeação de uma nova administração para a Caixa Geral de Depósitos, na sequência da demissão do presidente do conselho de administração.

"Esta é uma responsabilidade, acima de tudo, do dr. António Domingues e dos elementos que estavam nomeados para a administração, mas caberá ao Governo, também no princípio da boa-fé, atuar já com toda a celeridade no sentido de tapar este buraco", afirmou à agência Lusa Carlos Silva.

O secretário-geral da CGTP-IN disse que não ficou surpreendido com a demissão do presidente da Caixa Geral de Depósitos e considerou que esta "novela", da qual todos saem com a "imagem chamuscada", já devia ter terminado há muito tempo.

"Esta é uma novela que já devia ter terminado há muito tempo e, portanto, a partir deste momento, com a demissão do dr. António Domingues, esperamos sinceramente que possamos passar uma nova fase e neste caso concreto encontrar um novo conselho de administração que seja mais diminuto, seja mais reduzido, cujos salários sejam mais baixos e, acima de tudo, tenha uma visão estratégica de gestão da Caixa Geral de Depósitos diferente daquela que é feita no setor privado", afirmou à agência Lusa Arménio Carlos, responsável da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP-IN).