António Domingues e seis vogais do Conselho de Administração demitiram-se após a polémica à volta da recusa da entrega da declaração de rendimentos.
O comissário do Euro, Valdis Dombrovskis, garantiu ao início da tarde, em Bruxelas, que nada muda no projeto de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos. O comissário disse que a Comissão "toma nota" das demissões e aguarda que António Costa apresente uma nova equipa de gestão. Sobre as demissões, Dombrovskis não comenta.
"Não podemos mesmo fazer comentários sobre pessoas. Mas, no que diz respeito à substância do nosso acordo de princípio devo dizer que ele continua em vigor e, claro que é importante que as autoridades portuguesas e os novos gestores assumam as suas funções", afirmou, dizendo apenas que sobre as demissões, Bruxelas "tomou nota".
"Não podemos fazer grandes comentários sobre personalidades. Tomamos nota do anúncio e aguardamos notícias sobre eventuais novas reuniões", disse.
"No que diz respeito ao acordo de princípio sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, foi fechado já em agosto e a Comissão continuará a trabalhar nessa base", afirmou o comissário sobre o acordo que prevê uma recapitalização dos 4,6 mil milhões de euros.
As condições do acordo exigem que a recapitalização seja feita "em condições de mercado", para evitar conflitos concorrenciais, permitindo a injeção direta de 2,7 mil milhões de euros do Estado.
"Como uma questão de princípio, um Estado pode investir. Não tem de ser necessariamente Ajuda de Estado. Se o Estado investir como um investidor privado o faria, bem isso é excelente para nós e, claro, não é Ajuda de Estado", afirmou a Comissária da Concorrência, Margarethe Vestager, numa entrevista à TSF, em junho, quando o governo se preparava para entregar o plano de reestruturação do banco, elaborado pelo administrador, agora demissionário, António Domingues.