Passos Coelho diz estar confortável com a forma como está a fazer oposição ao Governo e recusa uma ligação direta dos resultados nas eleições autárquicas com a sua liderança.
O líder do PSD reiterou hoje o objetivo "muito ambicioso" de ganhar as eleições autárquicas, mas recusou uma ligação direta dos resultados com a sua liderança, lembrando que haverá eleições no partido no princípio de 2018.
Questionado se uma derrota nas autárquicas colocará a sua liderança em causa, Passos Coelho disse apenas: "se eu quiser sim".
"Eu tenho eleições no PSD no princípio de 2018, na sequência praticamente das eleições autárquicas, pouco tempo depois. Nessa altura nós avaliaremos aquilo que é melhor para o PSD para futuro", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, que falava na ECO Talks, uma iniciativa do jornal económico digital ECO, que decorreu num hotel de Lisboa.
"Sempre digo que não estou colado às cadeiras onde me sento, mas não me sento nelas com tanta displicência que diga 'olhe é-me indiferente estar aqui ou noutro sítio qualquer'. As pessoas que são displicentes não são pessoas que levem a sério aquilo que fazem e eu gosto de levar a sério aquilo que faço", salientou, garantindo que não está na liderança do PSD para "cumprir calendário".
"Gostava de ganhar Lisboa e o Porto"
Relativamente às eleições autárquicas de 2017, o líder do PSD reiterou o objetivo "muito ambicioso" de ganhar as eleições, elegendo o maior número de câmaras municipais e juntas de freguesia.
"É esse o nosso objetivo e não pode ser outro, (...) o PSD não pode ter o objetivo de ficar em segundo", frisou, reconhecendo, contudo, que "não vai ser fácil", porque o PS leva cerca de "50 câmaras de avanço e muitas delas conquistadas pela primeira vez há três anos". Se a esse objetivo de conquistar o maior número de câmaras e de junta se juntar as câmaras de Lisboa e do Porto, seria "muitíssimo bom", disse.
Questionado se perder essas duas autarquias será uma derrota, Passos Coelho admitiu que "pelo menos não seria bom", confessando que "gostava de ganhar Lisboa e o Porto".
Sobre a câmara de Lisboa, o líder do PSD disse que Pedro Santana Lopes seria pelo seu perfil e histórico "um bom candidato" e "o candidato natural", mas assegurou que sociais-democratas terão "uma boa candidatura".
A atuação do Presidente da República
Questionado nesta Eco Talk sobre o que tem dito o Presidente da República sobre o Governo, Passos Coelho diz que Marcelo Rebelo de Sousa cumpre o papel como Presidente.
"Saber se o Presidente da República está a levar longe demais ou não esse papel só pode ser avaliado pelo próprio e eventualmente por quem votou nele. Eu votei nele e acho que ele está a cumprir com aquilo que tinha dito que ia fazer", acrescentou, considerando que Marcelo Rebelo de Sousa "tem-se esforçado para ajudar a criar condições de estabilidade", o que "é importante para um Presidente da República".
Confrontado com a subida do PS nas sondagens, o líder do PSD responde que se tivesse olhado para as sondagens, não teria ganho as eleições.