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Embaixador russo na Turquia morto a tiro

© Umit Bektas/Reuters

Diplomata russo foi morto quando discursava numa exposição em Ancara. Duas horas depois, o Departamento de Estado norte-americano avisa que foram ouvidos disparos perto da embaixada dos EUA.

Depois do assassinato do embaixador russo, surge a notícia de que "há relatos de tiros disparados perto da embaixada" dos Estados Unidos.

Em comunicado o Departamento de Estado sublinha que a informação ainda é escassa é avisa os cidadãos norte-americanos a evitarem a zona da embaixada até que surjam novos dados.

Assassinato de embaixador russo em Ancara

O ministério dos Negócios Estrangeiros russo confirmou esta segunda-feira a morte do embaixador russo na Turquia, na sequência de um ataque armado dirigido ao diplomata.

O diplomata, identificado como Andrei Karlov, discursava durante uma visita a uma exposição de fotografia em Ancara, quando um homem abriu fogo contra ele. O embaixador foi transferido para o hospital em estado grave mas não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer.

Num breve comunicado, a porta-voz do ministério russo diz que o país considera o sucedido um "acto de terrorismo".

Três horas depois do assassinato, a CNN turca revela que dois familiares do atirador - a irmã e a mãe - foram detidas na cidade de Aydin.

Segundo testemunhas citadas pela agência noticiosa France Presse adiantam que o homem que disparou contra o embaixador da Rússia na Turquia gritou "Alepo" e "vingança" quando abriu fogo.

Quanto à identidade do atirador ela acabou por ser revelada. Segundo o presidente da câmara de Ancara, trata-se de Mevlüt Mert, um membro das forças especiais de segurança turcas.

A estação local NTV informou entretanto que o atacante foi abatido. A agência noticiosa oficial Anadolu informou que o atacante foi "neutralizado" pelas forças policiais, sem precisar se o suspeito está morto ou vivo.

De acordo com a NTV, outras três pessoas ficaram feridas no ataque.

O incidente acontece na véspera de uma reunião em Moscovo entre os chefes da diplomacia da Rússia, Irão e Turquia para discutir um cessar-fogo na cidade de Alepo, norte da Síria.

Num breve comentário aos jornalistas, junto ao hospital onde o embaixador acabaria por falecer, o presidente da câmara de Ancara considerou que o ataque foi uma tentativa de destruir as relações entre a Turquia e a Rússia. Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco lamentou o assassinato e disse que se tratou de um "ataque terrorista cobarde",

As Nações Unidas já condenaram o ataque dizendo que "não há justificação possível para um ataque a um diplomata ou um embaixador".

Presidente português envia condolências

Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem de condolências ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, condenando esse "ato de violência inaceitável".

"Ao tomar conhecimento do trágico atentado hoje contra o embaixador da Federação da Rússia em Ancara, quero expressar a vossa excelência, em meu nome e em nome dos portugueses, as mais sentidas condolências", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, na mensagem enviada a Vladimir Putin.

Na mesma mensagem, divulgada na página da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado português afirmou: "Quero igualmente condenar, de forma veemente, este ato de violência inaceitável contra um representante diplomático, que por função é um agente do diálogo".

"Peço que aceite, senhor Presidente, em meu nome e em nome do povo português, toda a solidariedade para com o povo russo e, de modo particular, para com a família da vítima a quem dirigimos, através de vossa excelência, os sentimentos do nosso sentido pesar", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.