Política

A história de Soares contada em sons

Reuters/Rafael Marchante

Aqui fazemos uma viagem sonora pela história de vida de Mário Soares que se cruza - e às vezes confunde - com a história de Portugal.

"O que me dá mais orgulho não é ter sido Presidente da República nem primeiro-ministro. É ter sido 32 anos a fio resistente contra a ditadura". É com esta frase de Mário Soares que começa esta biografia sonora construída tendo por base uma entrevista de fundo à TSF e sons históricos.

Há quem lhe chame "o pai da democracia", mas Soares rejeitava o epíteto: "Quando me chamam "o pai da democracia" lembro-me daquela história do Vasco Santana em que ele diz "vai chamar pai a outro". Eu sou pai de dois filhos, mas lá pai da democracia não sou. Contribuí de alguma maneira para que a democracia triunfasse".

Aqui temos o primeiro 1º de Maio em liberdade, o momento em que Soares é eleito pela primeira vez Presidente da República, o histórico debate com Freitas do Amaral e também o inesquecível frente-a-frente com Álvaro Cunhal, com o retoque do líder comunista ("olhe que não, olhe que não").

São sons da História do país que pode ouvir nesta biografia. Como também pode ouvir sons da campanha eleitoral com o slogan "Soares é Fixe", sons do bloqueio da Ponte 25 de abril e sons da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE.

Sobram ainda algumas confissões de Mário Soares. Sobre o facto de ser "dorminhoco" ou sobre o dia em que se casou na cadeia, com Maria Barroso, por procuração.

Para o final, fica uma conclusão, em jeito de autocrítica e de desabafo: "Fiz coisas que não foram boas. Se fiz erros - e fi-los - foi bem intencionadamente".