PSD diz que nacionalização do Novo Banco seria "erro absoluto".CDS fala em estratégia "suicida do PS". BE defende nacionalização mas PCP não quer que seja "temporária". PS diz que está tudo em aberto.
No debate de atualidade pedido pelo Bloco de Esquerda, o PSD manifestou-se, esta tarde, contra a "inevitável nacionalização do Novo Banco,
"Essa nacionalização será definitiva ou transitória? E se não for definitiva, depois a quem quererá o Governo ofertar, desta vez, esse Novo Banco Público", questionou o vice-presidente do PSD.
Marco António Costa sublinha que a "experiência de nacionalização provisória" já foi tentada no BPN e "custou milhares de milhões aos contribuintes num banco de pequena dimensão".
"O que será com um banco que representa 20% do mercado?" perguntou o social democrata. Para o PSD, a nacionalização será "um erro absoluto".
O CDS, pela voz do deputado João Almeida acusou o Governo do PS de ter uma "estratégia suicida" sobre o Novo Banco. "Escolhe manter o processo de venda e fica, no silêncio a fazer declarações para torcer pela nacionalização", denunciou o depurado centrista.
Tanto PSD como CDS prometem uma "fiscalização rigorosa do que for feito".
Perante as críticas da direita, o porta-voz do PS João Galamba acusou PSD e CDS de terem deixado a questão do Novo Banco escondida sob a aparência de uma "saída limpa" do Programa de Ajuda Externa.
"Os Srs. deviam ter o pudor de não vir dizer coisas sem nexo sobre valorização de ativos", disse Galamba. O deputado socialista reafirmou que o PS "não está disposto a vender a qualquer preço porque vender também pode ter custos para os contribuintes, como era o caso da última proposta conhecida"
"Os contribuintes portugueses pagariam 1 750 milhões de euros para vender o banco. Se o CDS e o PSD entendem que a nacionalização não é, em circunstância alguma, uma solução de recurso que até pode reforçar a posição negocial do Estado português, digam aos portugueses que venderão a qualquer custo ou então, que liquidarão o banco e têm que assumir as responsabilidade por essa ação", desafiou o deputado do PS.
Ao abrir do debate, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua defendeu que a nacionalização do Novo Banco será sempre a "opção menos penalizadora para erário público".
"A nacionalização do Novo Banco não será feita sem custos. Falemos claro: a recuperação dos 3900 milhões injetados pelo anterior governo em 2014, é hoje tão improvável como era na altura, quando Passos Coelho prometeu custo zero para os contribuintes", avisou a deputada bloquista.
O BE e o PCP sublinham que não devem ser cometidos "os mesmos erros" da "má nacionalização do BPN".
"Os acionistas daquele que era conhecido como o Banco do PSD nunca pagaram pelas suas fraudes e os prejuízos continuam a eclodir nas contas públicas", disse Mariana Mortágua.
Já o deputado comunista Miguel Tiago reafirmou a intenção do PCP de apresentar um diploma para a nacionalização do Novo Banco.
"Também não serve proceder a uma falsa nacionalização, como se fez com o BPN. Porque também aí, o Estado, a lei e os recursos públicos seria utilizados para transferir para o povo os prejuízos, limpando o banco entregando a um grupo privado qualquer que o utilizará para ser proveito próprio à margem do interesse nacional", defendeu Miguel Tiago.
O PS ainda não revelou qual vai ser o sentido de voto.