O Open da Austrália ficou hoje órfão de números um do ténis mundial, com as surpreendentes derrotas de Andy Murray e de Angelique Kerber nos oitavos de final do primeiro "Grand Slam" da época.
E ao sétimo dia, o impensável aconteceu: numa jornada negra em Melbourne Park, em que só Roger Federer se salvou para gáudio dos milhões de fãs que esperam vê-lo levantar o 18.º troféu do Grand Slam no próximo domingo, Andy Murray e Angelique Kerber foram derrotados, respetivamente, pelo alemão Mischa Zverev e pela norte-americana CoCo Vandeweghe.
Depois da surpreendente derrota do seis vezes campeão Novak Djokovic na segunda ronda, o tenista britânico parecia ter via aberta para quebrar o enguiço no Open da Austrália e conquistar, após cinco finais perdidas, o título, mas o mais velho dos irmãos Zverev, 50.º tenista mundial, não esteve pelos ajustes, impondo-se por 7-5, 5-7, 6-2 e 6-4.
Ainda o mundo do ténis não estava recuperado da eliminação de Murray - desde a edição de 2004 de Roland Garros que os dois primeiros jogadores da hierarquia ATP não eram afastados antes dos quartos-de-final - quando Angelique Kerber, a número um do ranking feminino e campeã em título, foi surpreendida por CoCo Vandeweghe.
No seu primeiro 'major' como líder da classificação feminina, a alemã negou que o estatuto tenha pesado na derrota com a norte-americana, 35.ª jogadora mundial, pelos parciais de 6-2 e 6-3.
Não fosse a queda dos líderes dos dois rankings individuais e o protagonista inegável da jornada em Melbourne Park teria sido Roger Federer.
O suíço, que regressou no início desta temporada de seis meses de paragem por lesão, deslumbrou na vitória sobre o japonês Kei Nishikori, quinto tenista mundial, por 6-7 (4-7), 6-4, 6-1, 4-6 e 6-3, deixando os adeptos do ténis a sonhar com um hipotético 18.º título do Grand Slam, o primeiro desde a edição de Wimbledon.