Segurança

Problemas pessoais ou familiares são principal causa de suicídio na PSP e GNR

Global Imagens

Estudo revela que no espaço de 8 anos, suicidaram-se 89 elementos das forças de segurança.

Os 89 elementos da PSP e da GNR que se suicidaram entre 2007 e 2015 tinham como perfil comum problemas pessoais ou familiares, sendo esta a principal causa para o suicídio, revela um estudo hoje apresentado.

O estudo "Prevenção do suicídio e comportamentos autolesivos nas forças de segurança", encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) ao psiquiatra Jorge Costa Santos, indica também que estes elementos que se suicidaram apresentavam alguns antecedentes pessoais e profissionais, nomeadamente mais casos de divórcios e maior absentismo por doença.

Segundo o estudo, outros fatores que distinguem os elementos das forças de segurança que se suicidaram foram o maior número de processos legais (disciplinares e judiciais), maior número de dívidas e penhoras (judiciais ou fiscais), maior frequência de perturbações mentais conhecidas e maior frequência de consultas de psicologia e psiquiatria.

Em declarações aos jornalistas, o autor do estudo afirmou que há várias causas que levam ao suicídio nas forças de segurança, sendo a principal "de natureza pessoal ou familiar".

Jorge Costa Santos adiantou que mais de metade dos elementos da PSP e da GNR que se suicidou vivia no seu concelho de origem ou no concelho limítrofe.

O estudo, elaborado no âmbito do grupo de trabalho de prevenção do suicídio nas forças de segurança, custou ao MAI 11.685 euros e fez uma retrospetiva de todos os casos de suicídio de elementos da PSP e da GNR entre 2007 e 2015, comparou dados das duas corporações e monitorizou autópsias psicológicas.

Entre 2007 e 2015, suicidaram-se 51 militares da GNR e 38 agentes da PSP, sendo os anos com maior número 2008 (12) e 2015 (15).

Em 2016, suicidaram-se dois agentes da PSP e dois militares da GNR.

As conclusões do estudo foram apresentadas aos jornalistas após uma reunião do grupo de trabalho de prevenção do suicídio nas forças de segurança, que se realizou no MAI e presidida pela secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto.

O grupo de trabalho foi criado em novembro de 2015 devido ao número de suicídios registados na PSP e na GNR nesse ano.