No Fórum TSF, os dois partidos defenderem que o ministro das Finanças perdeu credibilidade. PS sai em defesa de Centeno. Bloco pede mais esclarecimentos e PCP defende que Centeno não mentiu.
O PSD deixa ao critério do primeiro-ministro o que fazer no caso de Mário Centeno. Na quinta-feira, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel disse que o ministro das Finanças mentiu ao parlamento e, por isso, deve demitir-se.
Esta sexta-feira, no Fórum TSF, questionado se Mário Centeno tem condições para se manter no Governo, o deputado social-democrata Hugo Soares disse que Mário Centeno perdeu a credibilidade. Ainda assim, adiantou, se o ministro das Finanças continua ou não no Governo é uma decisão que cabe ao primeiro-ministro António Costa.
Hugo Soares adiantou que não "não tem qualquer tipo de dúvida" que Mário Centeno "mentiu de forma despudorada e propositadamente" mas acrescenta que o mandante foi o primeiro-ministro António Costa.
O CDS quer que sejam retiradas consequências políticas e penais deste caso.
Nuno Magalhães, o líder parlamentar do CDS, admitiu ao Jornal Económico "avançar com uma participação criminal junto do Ministério Público por alegadas falsas declarações na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à recapitalização da CGD, caso o governante não se retrate".
No Fórum TSF, o deputado João Almeida sublinhou que, antes, Mário Centeno tem de admitir que mentiu. Mas, se não o fizer, o caso pode mesmo acabar na justiça.
Na quinta-feira, Mário Centeno reagiu, em comunicado, que está a ser alvo de uma "vil tentativa de assassinato de caráter" da parte do CDS.
Também o PS acusou o CDS de desonestidade, garantindo que o ministro das Finanças não está a mentir.
Ouvido no Fórum TSF, o deputado socialista João Paulo Correia saiu em defesa de Mário Centeno mas não se alongou muito mais em comentários, alegando que não quer quebrar a confidencialidade dos documentos que chegaram à comissão de inquérito.
Já Moisés Ferreira, deputado do Bloco de Esquerda, prefere não tirar conclusões sobre as declarações de Mário Centeno. O deputado admite, no entanto, que o Bloco não está esclarecido e quer explicações do ministro das Finanças, quando este regressar à comissão parlamentar de inquérito.
Pelo PCP, Miguel Tiago, um dos deputados que faz parte da comissão de inquérito, diz que os comunistas, pelos dados que têm, não encontram motivos para concluir que o ministro das Finanças mentiu. Por isso, o pedido de demissão feito pelo CDS não é um assunto que o PCP tenha ponderado.