PSD e CDS desafiam PS e esquerda a recuar no chumbo ao acesso a correspondência de Domingues/Centeno, "próprio de regimes totalitários", criticam PAR e prometem tirar todas as "consequências".
Depois de a maioria ter indiciado o chumbo, mais logo, na reunião da Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, PSD e CDS levaram o assunto, esta manhã, à conferência de líderes, mas ouviram Ferro Rodrigues, o Presidente da Assembleia da República considerar que os dois partidos fizeram "um mau serviço à democracia", segundo relatou aos jornalistas o líder parlamentar do PSD.
"Eu quero dizer aqui de forma muito clara e direta que mau serviço é não cuidar da dignidade do Parlamento", considerou Luís Montenegro.
O líder da bancada do PSD promete que os dois partidos "tudo" farão para "preservar a democracia, para não deixar que esta atitude totalitária vingar e sejam postos em causa princípios básicos".
Na mesma linha Nuno Magalhães acusa "uma maioria circunstancial de pretender "limitar o direito dos deputados de fazerem perguntas" e garante que se a maioria insistir no chumbo, PSD e CDS irão retirar "todas as consequências regimentais, jurídicas e políticas", sem, por agora, revelar quais.
"Reforçamos o apelo ao PS e até ao presidente da Assembleia da República por estar em causa o funcionamento da democracia", disse Nuno Magalhães.
Tanto centristas como social-democratas sublinham que todos os outros agentes políticos já se pronunciaram sobre a troca de correspondência entre António Domingues e o ministro das Finanças, com a exceção do Parlamento.
Depois de, ontem, o PS ter considerado que os pedidos do PSD e do CDS "não estão dentro do âmbito da comissão", hoje PCP e BE alinharam pela mesma tese.
Pedro Filipe Soares acusou a direita de querer "bisbilhotar" atentando contra direitos fundamentais dos cidadãos.
E o líder parlamentar comunista João Oliveira acusou PSD e CDS de utilizarem a Caixa para atacaram a nova maioria.