O primeiro-ministro duvidava que a escola portuguesa na Praia, em Cabo Verde, estivesse pronta a tempo da cimeira Cabo Verde-Portugal. António Costa reconheceu que "errou" porque não foi otimista.
"Verdade se diga, tenho de reconhecer que quando não sou otimista, erro. E, por isso, não acreditei que também o que era impossível se torna possível", declarou o chefe do Governo de Portugal, em tom descontraído, quando discursava perante algumas dezenas de pessoas na inauguração da escola portuguesa da cidade da Praia.
Ladeado pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, António Costa lembrou a proximidade entre ambos desde os tempos em que eram autarcas da Praia e de Lisboa, respetivamente, e já de então vem o desígnio da escola portuguesa.
"Se há algo absolutamente estruturante nesta relação é necessariamente a educação e o ensino", vincou António Costa, falando da sua relação com o homólogo cabo-verdiano, mas também da proximidade cultural e afetiva entre Portugal e Cabo Verde.
A propósito da IV cimeira bilateral entre os dois países, que hoje aconteceu, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, asseverou ao chefe do Governo que a inauguração poderia dar-se em paralelo com a reunião, o que motivou dúvidas de António Costa: "Até dizem que sou otimista, mas disse que não, não era possível termos a escola. Mas ele [ministro da Educação] disse que sim".
Há 9 meses, o Presidente da República, Marcelo rebelo de Sousa brincou com o otimismo "crónico" e "irritante" de António Costa.
Na inauguração de hoje em Cabo Verde, as comitivas dois dois países conheceram alguns dos alunos - por ora somente do primeiro ciclo - e ficou prometido o continuar da expansão da escola, até porque ao lado existe um terreno já destinado para esse efeito.
A cimeira "atestou, uma vez mais, a excelência das relações políticas e de cooperação entre os dois países, e a importância desta parceria estratégica, abrangente e diversificada", segundo a declaração conjunta que fechou os trabalhos.
Portugal esteve representado não só pelo primeiro-ministro, mas também pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.