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Escândalo na Petrobras vai ultrapassar fronteiras do Brasil

Reuters / Paulo Whitaker

O procurador responsável pela investigação internacional do escândalo de corrupção garante que o caso vai crescer "enormemente" ao nível de outros países.

Iniciado em 2014, o inquérito lançou luz sobre um sistema de corrupção montado por grupos económicos brasileiros, envolvendo a empresa de construção Odebrecht e a petrolífera Petrobras e que passava pelo pagamento de subornos a responsáveis políticos brasileiros e de outros países da América Latina, bem como de África.

A dimensão internacional deste caso vai "crescer enormemente", declarou o magistrado em entrevista à Agência France Press (AFP).

Segundo o mesmo responsável, se as investigações nos restantes países decorrer com independência, será possível demonstrar a extensa teia de corrupção montada pelas empresas brasileiras.

Quanto ao eventual apuramento de responsabilidades em resultado do escândalo que se alarga a uma dezena de países da América latina e de África, Vladimir Aras admitiu que o caso possa envolver altos dirigentes políticos já que o caso envolve contratos que dependeram de negociações com o Estado.

Entretanto, o Peru ofereceu uma recompensa por qualquer informação que permita deter o ex-Presidente Alejandro Toledo, que se encontra fora do país acusado de ter recebido 20 milhões de dólares de "luvas" da Odebrecht no âmbito de uma enorme empreitada rodoviária.

Também "pelo menos uma dezena de empresas estrangeiras" assinaram contratos com a Petrobrás que estão a ser investigados, indicou o procurador, que admite que a investigação se possa prolongar durante "um ano ou dois".

Procuradores-gerais de 11 países reúnem-se na terça-feira no Brasil para criar equipas de trabalho comum para coordenar os seus inquéritos internos em torno do caso Odebrecht.