Cerca de 1000 estudantes saíram à rua, em nome de um jovem alegadamente violado pela polícia no início do mês.
Centenas de estudantes bloquearam, com caixotes do lixo, a entrada de pelo menos 16 escolas em Paris, esta quinta-feira, na sequência de manifestações de apoio a um rapaz que acusa um agente da polícia de abusos sexuais. Um caso ocorrido no início do mês. Além das 16 escolas, outras 12 ficaram parcialmente bloqueadas, segundo o Paris Board of Education.
Estas ações são o mais recente resultado dos protestos que têm agitado Paris e os subúrbios do norte da cidade, desde que um rapaz de 22 anos, de raça negra, conhecido apenas por "Théo", foi supostamente violado com um cassetete no dia 2 de fevereiro. O incidente terá ocorrido numa zona que tem uma grande população imigrante e originou alguma tensão entre as minorias francesas e a polícia.
Faixas onde se lê "Vingança pelo Théo" eram um dos muitos símbolos carregados pelos estudantes que se juntaram na Place de la Nation para um protesto pacífico. Os confrontos com a polícia de choque surgiram mais tarde, de acordo com as fotos e vídeos que surgiram online. A hashtag #BlocusPourThéo (#BloqueiosPeloThéo) tem sido utilizada para mostrar fogos ateados nas ruas e imagens da polícia a lançar gás lacrimogéneo.
A polícia francesa confirmou à CNN que 26 pessoas foram detidas durante os protestos em Paris e nos subúrbios, que juntaram 800 a 1000 pessoas. O metro da Place de la Nation foi encerrado durante os confrontos. Segundo a imprensa local, esta manifestação não estava autorizada.
O vice-diretor de uma escola foi atingido por um extintor lançado por um dos manifestantes, o que levou as autoridades de educação de Paris a defender que "os bloqueios não são uma forma legítima de protesto. Põem em perigo o staff e os estudantes".
Os quatro polícias envolvidos no caso de Théo estão suspensos e aguardam inquérito em relação às acusações de que terão usado força excessiva enquanto prendiam o jovem. Enfrentam também processos por abusos graves, sendo que um está mesmo acusado de violação. De acordo com a France Presse, uma investigação interna da polícia concluiu que o agente que alegadamente violou Théo o terá feito sem intenção.