A Comissão Europeia concluiu esta sexta-feira a análise à plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, dando luz verde à operação.
Bruxelas apurou que o montante necessário é "ligeiramente inferior à prevista no acordo de princípio atingido em agosto de 2016".
"A injeção de capital necessária é ligeiramente inferior à prevista no acordo de princípio atingido em agosto de 2016 - 3,9 mil milhões de euros em vez de 4,1 milhões de euros", refere a nota emitira pela Comissão Europeia, em que confirma o anúncio feito ao início da tarde por António Costa.
"A avaliação pela atual gestão da CGD, concluída em meados de fevereiro de 2017, revela que número de empréstimos de cobrança duvidosa era inferior ao inicialmente previsto", lê-se ainda no comunicado.
No final da cimeira europeia, o primeiro-ministro garantiu que "a Comissão vai formalmente aprovar o processo de capitalização da Caixa". António Costa afirma que a decisão permitirá o banco cumprir a "função" que lhe cabe e afasta todas "as dúvidas" em relação à estabilidade futura da Caixa.
"Ao resolver este problema, estamos simultaneamente a resolver parte substancial do crédito mal parado no sistema bancário português, e isso é uma boa contribuição, não só para resolver o problema da Caixa, mas também para diminuir um problema de natureza sistémica", disse o primeiro-ministro.
Questionado sobre os resultados conhecidos sobre os prejuízos da caixa, Costa salientou que os 1900 milhões não ser referem exclusivamente ao ao passado, mas são "o resultado de finalmente terem sido reconhecidas as imparidades que ao longo de anos a Caixa Geral de Depósitos foi acumulando que, não estando reconhecidos como tal, não relatavam a verdade sobre a situação da Caixa".
O primeiro-ministro não está ainda em condições de afirmar se os montantes para a recapitalização vão ser contabilizados por Bruxelas, para efeitos de défice, já que "essa é uma questão que, em primeiro lugar terá de ser respondida pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Eurostat, para se saber a que anos vão ser imputados estes esforços de capitalização".
Costa entende que deveria ser adotado um critério justo, nomeadamente "distribuir este esforço pelos diferentes anos a que correspondem as imparidades", uma vez que elas correspondem ao resultado acumulado "em vários anos".
Notícia atualizada às 16h51