Economia

Brexit: Governo cria estrutura para atrair empresas que deixam Reino Unido

Rafael Marchante/Reuters

António Costa anunciou, esta manhã, a criação de uma unidade de missão que possa criar um "quadro atrativo" para alocar, em Portugal, empresas que deixem o solo britânico, na sequência do Brexit.

"Iremos criar uma unidade de missão com o objetivo específico de criar um quadro atrativo para a localização, em Portugal, de empresas que desejem manter-se na União Europeia (UE) e que não queiram - por força da legítima decisão dos cidadãos britânicos - ficar fora da UE", disse o primeiro-ministro.

Falando na sessão de abertura da I Convenção Nacional dos Serviços, na Fundação Oriente, em Lisboa, António Costa defendeu que, assim, Portugal pode contribuir para o "reforço da base económica da UE", mas é também uma forma de o país demonstrar que "não estamos na UE com complexos de sermos um país do sul".

Nesse sentido, António Costa sublinhou que Portugal é um país "atlântico, aberto ao mundo e ao diálogo das culturas, capaz de criar valor e atividade económica através da capacidade de sermos abertos".

Admitindo que "alguns dos serviços" estarão "melhor colocados em Frankfurt do que nalgumas zonas de Portugal", o primeiro-ministro considera, no entanto, que Portugal pode ser uma "excelente plataforma de acolhimento" para as empresas que "não têm vontade de ser excluídas da UE".

Antes, durante o discurso, o chefe de Governo falou ainda da necessidade de capitalizar as empresas e financiar a economia, sublinhando que o país está a pagar "uma fatura pesada" por ter adiado a resolução dos problemas do setor financeiro.

"Felizmente, hoje, estamos francamente melhor do que há um ano. E, daqui a um mês, estaremos melhor do que no presente", disse.

Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes - que fez o discurso de abertura do encontro -, afirmou que Portugal é um país com "falta de capital e com falta de capitalização das empresas".

"Portugal, nos próximos anos, vai atrair empresas de capital intensivo, que geram postos de trabalho, mas não na dimensão necessária para a sustentabilidade da Segurança Social", alertou ainda.

João Alexandre