Economia

BE leva Novo Banco à AR, PCP "não se compromete", PS: "solução é menos má"

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O Bloco quer levar a votos a proposta de nacionalização do Novo Banco, O PCP defende que venda "tem custos". O PS considera que "não sendo ideal", modelo trava "prática predatória" da Lone Star

Mariana Mortágua defende que António Costa deve levar ao Parlamento o debate sobre a venda do Novo Banco.

A deputada do BE considera esta "uma venda a custo zero", que "empurra" os problemas para o futuro.
O Bloco quer mostrar que, ao contrário do que diz o primeiro-ministro, a nacionalização não iria sair mais cara e a liquidação não era a única alternativa a esta venda.

"Temos de ser muito claros, o que está em causa é uma venda a preço zero: o banco vai ser dado a um fundo americano. O fundo americano vai injetar dinheiro no seu próprio banco, vai-se pagar a si mesmo, e no meio deste processo o Estado assume futuras perdas no banco que vão até 4 mil milhões de euros", criticou a deputada Mariana Mortágua.

Pelo PCP, Miguel Tiago também defende que o Novo Banco devia ficar na esfera pública, em vez de ser vendido "com custos".

"Esta é uma má solução e o PCP não se comprometerá com nenhum aspeto desta solução".

As garantias do primeiro-ministro de que "não haverá custos para os contribuintes" não tranquilizam o PCP:

"É uma história que já ouvimos. Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque também tinham dito que os portugueses não assumiriam os custos imputados ao Fundo de Resolução e, para já, prevê-se que daqui a 40 anos os bancos paguem o empréstimo do Estado ao Fundo", diz o deputado do PCP.

O PS sublinha ainda que esta não sendo" a situação ideal", acaba por minimizar o impacto negativo e "fecha um ciclo com riscos para sistema financeiro"

No modelo seguido, João Galamba encontra dois méritos.

"A solução impede a Lone Star de extrair excessivamente recurso do banco fragilizando-o", ao impedir a distribuição de dividendos por vários anos e o controlo de ativos do Novo Banco "impede a prática predatória de execução violenta de garantias que podia ser muito negativa para as empresas portuguesas".