Assunção Cristas diz que Governo "falhou em toda a linha".
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou que o Governo "falhou em toda a linha" na venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, por "não ter atingido nenhum dos objetivos a que se propôs".
"Na perspetiva do CDS o Governo falhou em toda a linha nesta matéria. Não atingiu nenhum dos objetivos a que se propôs. Fez uma má negociação", afirmou Assunção Cristas em Ponte de Lima.
A líder centrista, que falava à margem de um jantar que assinala a tomada de posse da nova comissão política distrital do partido, salientou que o Governo "não vendeu o banco na sua totalidade como se tinha proposto, vendeu apenas 75% e não encaixou um cêntimo sequer para o Fundo de Resolução"
"Pelo contrário, o Fundo de Resolução, que é detido por todos os bancos do sistema financeiro, e é bom lembrar que um deles é um banco 100% público e chama-se Caixa Geral de Depósitos, ficam responsáveis por calotes que podem ir até aos 3.800 milhões de euros durante oito e, portanto, não é uma responsabilidade pequena", sustentou.
A líder centrista sublinhou que "o CDS sempre defendeu a venda total do banco e que o sistema bancário português deve ter um banco 100% público, que é a Caixa Geral de Depósitos mas, em relação, ao resto não deve ter participações nos bancos e defendeu uma solução que não tivesse nenhum impacto nem para os contribuintes nem para as contas públicas".
"Ora, o Fundo de Resolução consolida nas contas do Estado e portanto se for necessário emprestar mais dinheiro para fazer face a calotes até 3.800 milhões de euros certamente que isso vai ter algum impacto quer no défice, quer na dívida", concluiu.
PSD
Já o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou que a venda do Novo Banco anunciada pelo Banco de Portugal é uma má decisão, que ocorre depois de um processo de desvalorização daquela instituição bancária.
"A decisão de hoje não é uma boa decisão, é uma má decisão. Vem na sequência de um processo de desvalorização do Novo Banco, que, entre outras coisas, teve o contributo do Ministro das Finanças quando, por mais de uma vez, acenou com a possibilidade da nacionalização ou mesmo da liquidação do banco", afirmou Luís Montenegro.
Para Luís Montenegro, aquilo não só foi prejudicial, como o "Governo veio hoje reconhecer que isso teria custos que eram incomportáveis".