O regime norte-coreano considera que os exercícios anunciados por Washington e seus aliados são um ensaio para uma operação que visa destruir Pyongyang.
Pyongyang anunciou esta quinta-feira que vai reagir de "forma impiedosa" à mais pequena provocação dos Estados Unidos. Em causa estão os exercícios militares que os EUA e a Coreia do Sul têm previsto realizar a 13, 21 e 16 de abril.
Os exercícios conjuntos terão lugar perto da fronteira entre as duas Coreias, segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, citado pela agência de notícias Yonhap.
Pyongyang considera que os exercícios realizados por Washington e Seul pretendem ser "um ensaio para uma operação que visa destruir a [sua] capital e tomar o poder" na Coreia do Norte, segundo o embaixador.
"Nós temos armas nucleares e outras armas modernas. Como já dissemos em várias ocasiões, nós estamos prontos e somos capazes de encarar todos os desafios da parte dos Estados Unidos", ameaçou o diplomata.
Na quarta-feira, um dia depois da Coreia do Norte ter lançado um novo míssil balístico, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que os Estados Unidos vão reforçar as suas capacidades militares para responder à ameaça norte-coreana.
O programa nuclear da Coreia do Norte será, seguramente, um dos temas do encontro de Donald Trump com o presidente chinês que se inicia esta quinta-feira, na Florida.
UE impõe novas sanções à Coreia do Norte por contínuas "provocações"
O lançamento de um novo míssil levou o Conselho da União Europeia a impor novas sanções à Coreia do Norte, considerando que as ações de Pyongyang "violam múltiplas resoluções" do Conselho de Segurança da ONU e constituem "uma grave ameaça à segurança e paz internacionais".
A UE "insta de novo a Coreia do Norte a retomar um diálogo credível e significativo com a comunidade internacional, a cessar as suas provocações e a abandonar todas as armas nucleares e programas nucleares em curso, bem como outros armas de destruição maciça e programas de mísseis balísticos, de uma forma completa, verificável e irreversível", lê-se num comunicado divulgado em Bruxelas.
Como tal não é o caso, o Conselho (Estados-membros) da UE decidiu alargar o âmbito das sanções contra a Coreia do Norte, com a adoção de "medidas restritivas adicionais" em setores como as industrias de armamento convencional, metalúrgica e aeroespacial, tendo também proibido a prestação de determinados serviços (informáticos e também relacionados com o a manufatura química) a várias pessoas e entidades do país.
Por fim, o Conselho decidiu acrescentar quatro pessoas à sua "lista negra" de indivíduos sobre os quais recaem medidas restritivas por "promoverem e apoiarem" os programas relacionados com mísseis balísticos e outras armas de destruição em massa, que passa assim a contar com 41 pessoas, além de sete entidades.