Sessão no parlamento foi interrompida depois de o deputado José Manuel Coelho se ter recusado a abandonar a tribuna após exceder o tempo que tinha para discursar.
A sessão solene comemorativa do 25 de Abril no parlamento da Madeira foi interrompida esta terça-feira, durante 20 minutos, quando o deputado do PTP, José Manuel Coelho, se recusou a abandonar a tribuna após exceder o tempo que tinha para discursar.
Segundo o acordo do regimento para discursar, José Manuel Coelho tinha cinco minutos para a sua intervenção mas, terminado o tempo, não abandonou a tribuna mesmo quando o presidente da ALM, Tranquada Gomes, lhe cortou a palavra.
Os deputados de todos os partidos, os membros da mesa da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) e todos os elementos do governo regional presidido pelo social-democrata Miguel Albuquerque acabaram por abandonar a sala.
José Manuel Coelho esteve então a falar sozinho no hemiciclo do parlamento madeirense durante cerca de 20 minutos, tendo de seguida abandonado a sala.
As luzes do hemiciclo madeirense chegaram a ser apagadas e só quando Coelho abandonou a sala os trabalhos foram então retomados.
No seu discurso, o deputado considerou que "todos objetivos [de Abril] ficaram por cumprir e foram perdendo eficácia ao longo dos tempos" e que uma das "falhas" foi não conseguir "desmantelar a máquina da justiça de Salazar".
Insistiu nas mesmas críticas à justiça, opinado que existem "presos políticos em Portugal", detidos por crime de difamação e delito de opinião, pelo que "o fascismo começa a surgir de novo com outras roupagens".